• Redação Galileu
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Ultrassom (Foto: Wikimedia Commons)

 (Foto: Wikimedia Commons)

O consumo abusivo de medicamentos que contêm opioides — composto psicoativo utilizado para reduzir a dor e com ação semelhante à substância extraída da papoula — está provocando uma verdadeira epidemia nos Estados Unidos: a overdose de medicamentos prescritos com opioides é uma das principais causas de mortes de norte-americanos com menos de 50 anos.

A escalada do consumo já é responsável por impactos imediatos na saúde de gestantes e de seus filhos. De acordo com relatório publicado pelo Centro de Prevenção e Controle de Doenças (CDC), nos últimos anos houve um aumento de 10% nos casos de gastrosquise, um defeito congênito em que o bebê nasce com os intestinos para fora do corpo por conta de uma má-formação na cavidade abdominal. Os casos desse tipo de nascimento foram maiores entre mulheres na faixa dos 20 e 30 anos, o grupo etário que mais está consumindo opioides. 

Apesar de ser extremamente grave, a gastrosquise não é fatal: logo após o nascimento, uma cirurgia é necessária para reparar o "buraco" feito na parede abdominal e colocar os intestinos no interior do corpo do bebê. Ainda assim, a criança corre o risco de sofrer dificuldades para se alimentar, além de não absorver os nutrientes ingeridos de maneira adequada. Após a cirurgia, o recém-nascido deve ficar internado durante algumas semanas até seu organismo funcionar normalmente. 

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O relatório do CDC afirma que a taxa de gastrosquise subiu de 4,2 casos por 10 mil bebês nascidos vivos no período de 2006 a 2010 para 4,5 casos entre 2011 e 2015 — justamente o período de explosão do consumo abusivo de opioides. Além disso, as autoridades norte-americanas verificaram que os casos de má-formação era 1,6 vez maior nas cidades onde havia uma alta taxa de prescrição de uso de medicamentos com ópio em relação às regiões onde o consumo não era tão elevado.

Para os pesquisadores, é necessário realizar investigações mais aprofundadas sobre o impacto dos opioides em gestantes. Com isso, será possível realizar um plano de prevenção capaz de diminuir os riscos para a saúde das mães e das crianças. 

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