• Redação Galileu
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Recuo de geleira no cume do Monte Kilimanjaro na Tanzânia, África, em dezembro de 1986 a 2020 (Foto: Google)

Recuo de geleira no cume do Monte Kilimanjaro na Tanzânia, África, em dezembro de 1986 a 2020 (Foto: Google)

Nesta sexta-feira (22) o Doodle do Google homenageia o Dia da Terra trazendo imagens em timelapse que refletem os graves impactos causados pela crise climática em quatro locais do planeta. As fotos mostram cenas alarmantes como o derretimento de geleiras na Groenlândia e o embranquecimento de corais na Austrália.






Provenientes do Google Earth Timelapse e de outras fontes, as imagens se revezam para aparecer ao longo do dia na página inicial de pesquisa do Google, cada uma delas durante algumas horas.

Veja a seguir os lugares retratados:

Recuo de geleira no Monte Kilimanjaro, na Tanzânia

Esta sequência de fotos (veja acima) foi tirada anualmente, de dezembro de 1986 a 2020, e mostra o derretimento da Geleira Furtwangler, localizada no cume do Monte Kilimanjaro. De acordo com o Google, a formação de gelo está em rápido retrocesso: quase 85% da geleira desapareceu no último século.

No Google Earth, é possível notar a mudança, com picos cobertos de neve passando a ser apenas terra. O Monte Kilimanjaro abriga três vulcões extintos: Kibo (centro), Mawensi (leste) e Shira (oeste), sendo que o vulcão central é o ponto mais alto da África, com 5895 metros de altura, segundo a Enciclopédia Britânica.

Derretimento de geleira em Sermersooq, na Groenlândia

Registradas na península de Mylius-Erichsen Land, a cada dezembro de 2000 a 2020, estas imagens mostram que a maior parte do gelo da Groenlândia está assentada sobre a terra e derrete em direção ao oceano.

Recuo de geleira em Sermersooq, na Groenlândia, em dezembro de 2000 a 2020 (Foto: Google)

Recuo de geleira em Sermersooq, na Groenlândia, em dezembro de 2000 a 2020 (Foto: Google)

É possível notar o declínio de placas de gelo flutuantes, o que pode contribuir com o aumento do nível global do mar. Segundo o Google, embora algumas geleiras da Groenlândia tenham aumentado de tamanho nos últimos anos, os cientistas atribuem isso à temperatura mais baixa da água na base desses corpos de gelo. Nests área de base, a água derretida se mistura com a do oceano.






Branqueamento de corais em Lizard Island, na Austrália

Estas fotos mostram como o aquecimento global afeta a região da Grande Barreira de Corais, apenas entre março e maio de 2016. O branqueamento desses corais nas imagens acontece quando há aumento da temperatura da água e esses animais perdem suas zooxantelas — microalgas fotossintetizantes que dão cor aos seus tecidos e são sua principal fonte de energia.

Branqueamento de corais em Lizard Island, na Austrália, na região da Grande Barreira de Corais, em  todos os meses de março a maio de 2016 (Foto: Google, )

Branqueamento de corais em Lizard Island, na Austrália, na região da Grande Barreira de Corais, em todos os meses de março a maio de 2016 (Foto: Google, )

O que ocorre é que, quando a água fica quente demais, as zooxantelas produzem compostos nocivos, forçando os corais a expeli-las. Assim, eles ficam brancos e não conseguem mais se alimentar por fotossíntese enquanto sofrem o embranquecimento. Isso é grave, ainda mais considerando que o oceano absorve 93% do calor da mudança climática.

Infestação de besouros nas florestas Harz, na Alemanha

Besouros Scolytinae destruíram florestas alemãs, segundo mostram imagens captadas todos os meses de dezembro de 1995 a 2020. A infestação ocorreu devido ao aumento das temperaturas e a uma seca severa.

Esses insetos, que atingem também a área do Novo México (EUA) até o norte do Canadá, são um sério problema para as árvores, influenciando o ecossistema florestal e os ciclos de carbono. Segundo o Centro de Recursos de Mudança Climática dos Estados Unidos, o aumento de temperatura impulsiona os processos fisiológicos do besouro, como o desenvolvimento larval.

Florestas Harz, em Elend, na Alemanha, aparecem destruídas por infestação de besouros devido ao aumento das temperaturas e seca severa,  em dezembro de 1995 a 2020 (Foto: Google)

Florestas Harz, em Elend, na Alemanha, aparecem destruídas por infestação de besouros devido ao aumento das temperaturas e seca severa, em dezembro de 1995 a 2020 (Foto: Google)

As temperaturas mais quentes, no geral, resultam em maior sobrevivência e desenvolvimento mais rápido dos besouros, que matam as árvores durante ataques em massa. Pesquisas sugerem que invernos e verões mais quentes são os principais fatores de surtos populacionais desses bichos nos EUA.






O Google Earth Timelapse utilizou 24 milhões de fotos de satélite tiradas ao longo de 37 anos para revelar em sequências os efeitos dos seres humanos no planeta. A ferramenta está sendo usada com outras tecnologias e programas para capacitar pessoas e realizar ações climáticas.

Um exemplo é o  Environmental Insights Explorer (EIE), uma plataforma que fornece estimativas de emissões de gases do efeito estufa e oportunidades de redução para milhares de municípios ao redor do mundo.