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Exploração de gás em Manaus pode levar a prejuízo econômico e terremotos, indica estudo (Foto: Michel Paz)

Exploração de gás em Manaus pode levar a prejuízo econômico e terremotos, indica estudo (Foto: Michel Paz)

A região de Manaus tem risco considerável de ter um terremoto causado pela exploração de gás natural pois está em uma área onde existem falhas neotectônicas. Caso isso aconteça, a cidade de Manaus, que possui área construída estimada em 21 bilhões de dólares, pode ter uma perda média de 189 milhões de dólares por ano. Pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas, em parceria com a Universidade de Córdoba, na Argentina, e com Johns Hopkins University, nos Estados Unidos, fazem essas predições em artigo inédito publicado na quinta (13) na revista Earthquake Spectra.

Os pesquisadores estavam interessados em investigar os impactos que a exploração de gás pode trazer a regiões que não possuem registro recorrente de terremotos ou outros tipos de abalo sísmico. A área de Manaus foi escolhida por estar sobre uma das maiores reservas de gás do país – o que vem gerando interesse do Ministério de Minas e Energia do Governo Federal. A partir de análises probabilísticas, os cientistas conseguiram medir o risco de eventos sísmicos induzidos por essa atividade de extração.

Para o pesquisador Luiz Vieira, da Unicamp, o estudo alerta para os riscos da atividade de extração de gás para as comunidades locais. “O Ministério de Minas e Energia tem interesse em incentivar essa extração, mas vale lembrar que outros países tem relatado vários problemas”, comenta Luiz. Os pesquisadores pontuam que esse tipo de atividade de extração deve ser evitado em zonas próximas a áreas urbanas com construções vulneráveis como Manaus.

Outras regiões
Luiz, ainda, pontua a necessidade de atividades de exploração de gás serem baseadas em análises científicas. Algumas técnicas trazidas pelo estudo podem mitigar os efeitos provocados pela atividade, como o uso de um volume restrito de injeção de água durante o processo de extração e, também, o monitoramento contínuo. O instrumento de mensuração do risco de ocorrência de eventos sísmicos feito pelos pesquisadores pode ser aplicado a outras regiões que ainda não têm registro de terremoto.