• Redação Galileu
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 rover Perseverance da NASA coloca seu braço robótico para trabalhar em torno de um afloramento rochoso chamado “Skinner Ridge” na cratera Jezero de Marte (Foto:  NASA/JPL-Caltech/ASU/MSSS)

Rover Perseverance da NASA coloca seu braço robótico para trabalhar em torno de um afloramento rochoso chamado Skinner Ridge na cratera Jezero, em Marte (Foto: NASA/JPL-Caltech/ASU/MSSS)

Desde o dia 7 de julho, o rover Perseverance, da Nasa, está em uma nova missão científica que promete investigar a vida microbiana antiga de Marte. O local em questão é o remanescente de um rio encontrado na cratera Jezero.

Com 45 quilômetros de largura, essa cratera consistia no delta de um antigo rio que se formou há cerca de 3,5 bilhões de anos no Planeta Vermelho. O objetivo de Perserverance é estudar 12 rochas sedimentares de Jezero, formadas quando partículas de vários tamanhos se estabeleceram na época em que o ambiente era aquoso.

“Escolhemos a Cratera Jezero para Perseverance explorar porque pensamos que tinha melhor chance de fornecer amostras cientificamente excelentes – e agora sabemos que enviamos o rover para o local certo”, comenta, em nota, Thomas Zurbuchen, administrador associado da Nasa.

Um dos achados mais intrigantes da sonda é a rocha “Wildcat Ridge”. Com cerca de 1 metro de largura, os pesquisadores acreditam que sua formação data de bilhões de anos atrás, quando lama e areia fina se estabeleceram em um lago de água salgada em evaporação.

No último dia 20 de julho, Perseverance raspou parte da superfície da grande rocha para que pudesse analisar a área com o instrumento Scanning Habitable Environments with Raman & Luminescence for Organics & Chemicals (SHERLOC). 

A análise revelou que a rocha abriga uma classe de moléculas orgânicas – que podem  conter elementos como nitrogênio, fósforo e enxofre — espacialmente correlacionadas com as dos minerais de sulfato.

Essa detecção orgânica é considerada a mais abundante na missão até o momento. Sua importância diz respeito ao fato de que essas moléculas são consideradas uma bioassinatura potencial, ou seja, possível evidência de vida.

“No passado distante, areia, lama e sais que agora compõem a amostra de Wildcat Ridge foram depositados em condições onde a vida poderia ter prosperado”, comenta Ken Farley, cientista do projeto Perseverance.