• Redação Galileu
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Vales de Marte podem ter sido originados por geleiras, dizem pesquisadores (Foto: Pixabay)

Marte: conheça as três missões que chegam ao planeta vermelho em fevereiro (Foto: Pixabay)

China, Estados Unidos e, pela primeira vez, Emirados Árabes Unidos estão por trás das missões que chegam a Marte em fevereiro. A proximidade entre as datas de chegada ao planeta vermelho não é à toa: as três foram lançadas em julho de 2020, quando a distância entre a Terra e Marte era relativamente curta, fenômeno que ocorre uma vez a cada 26 meses.

Se em outro período do ano levariam cerca de nove meses para chegar ao corpo celeste, essas missões gastaram sete – e uma quantidade consideravelmente menor de combustível.

A seguir, conheça detalhes de cada uma das três missões que pretendem estudar aspectos como geologia, atmosfera e possíveis sinais de vida em Marte.

Al-Amal (Emirados Árabes Unidos)

Lançada em 20 de julho de 2020, a Al-Amal – palavra árabe que significa “esperança” –, da Emirates Mars Mission (EMM), chegou ao planeta vermelho nesta terça-feira (9). Na verdade, ao contrário das missões chinesa e norte-americana, que pretendem pousar em Marte, a primeira missão interplanetária árabe tem como foco a órbita do corpo celeste.

A sonda foi projetada para monitorar a atmosfera do planeta vermelho ao longo de pelo menos 687 dias (o que equivale a um ano marciano), feito inédito no local. A expectativa é de que os dados coletados cheguem à Terra em setembro de 2021.

Além de contribuir para o entendimento da dinâmica climática de Marte, a missão também pretende atrair jovens do mundo árabe para o estudo das ciências nas escolas e no ensino superior.

Tianwen-1 (China)

Nesta quarta-feira (10), a Tianwen-1 (“Perguntas ao Céu - 1”, em tradução livre), primeira missão independente da China em Marte, também alcançou com sucesso a órbita do planeta vermelho. No entanto, a sonda não deve pousar em Marte antes de maio – se tudo ocorrer como planejado, o país se tornará o segundo a conseguir realizar tal feito (até agora, conquistado somente pelos Estados Unidos).

Assim como a empreitada dos Emirados Árabes Unidos, a sonda chinesa foi projetada para coletar informações sobre a atmosfera do corpo celeste. Mas o objetivo principal é outro: quando conseguir aterrissar seu dispositivo de 240 quilos em uma planície dentro da bacia de impacto Utopia Planitia – a maior conhecida no Sistema Solar –, a ideia é estudar a geologia do local e trazer para a Terra amostras de rochas e solo marcianos.

Perseverance (EUA)

Previsto para aterrissar no dia 18 de fevereiro em uma cratera marciana chamada Jezero, o Perseverance (“Perseverança”, em português), novo rover da Nasa, tem como objetivo encontrar evidências de vida microbiana antiga em Marte. A meta explica a escolha pela cratera: trata-se de um local por onde fluia um antigo rio, rastro ideal para identificar sinais de seres que podem ter vivido ali.

O plano é o seguinte: após descer pela atmosfera do planeta vermelho a uma velocidade de cerca de 20 mil km/h, o rover será desacelerado com o auxílio de paraquedas e retrofoguetes para que, enfim, três cabos rebaixem o dispositivo até que ele aterrisse sobre suas seis rodas.

Equipado com 19 câmeras e dois microfones, o Perseverance é descrito pela agência espacial norte-americana como “o maior e mais sofisticado” rover já enviado à superfície de Marte. A partir do dispositivo, os cientistas também pretendem captar os primeiros sons do planeta vermelho. Até que as amostras coletadas no corpo celeste retornem à Terra, porém, é preciso esperar: a previsão de retorno é daqui a dois anos.