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Grande Nuvem de Magalhães está deformando a Via Láctea lentamente
Pesquisadores da Universidade de Edimburgo constataram que a galáxia vizinha à nossa se move a uma velocidade maior do que a Via Láctea consegue alcançar
1 min de leitura![Grande Nuvem de Magalhães registrada na Indonésia (Foto: Gilbert Vancell) Nuvens de Magalhães registradas na Indonésia (Foto: Gilbert Vancell)](https://cdn.statically.io/img/s2.glbimg.com/ovneSDiasLH0p1fH9DCWFb3ONZA=/e.glbimg.com/og/ed/f/original/2020/11/24/galaxyencoun.jpg)
Grande Nuvem de Magalhães registrada na Indonésia (Foto: Gilbert Vancell)
Cientistas da Universidade de Edimburgo, na Escócia, concluíram em um novo estudo que a Grande Nuvem de Magalhães (LMC, na sigla em inglês), galáxia vizinha à nossa, atravessou a fronteira da Via Láctea há cerca de 700 milhões de anos. Devido ao seu grande conteúdo de matéria escura, ela teria interferido na forma e movimento da Via Láctea.
No estudo, publicado na revista Nature Astronomy, a equipe usou um modelo estatístico sofisticado que calcula a velocidade das estrelas mais distantes da Via Láctea. E o que se observou é que o enorme halo de matéria escura da LMC está puxando e torcendo o disco da nossa galáxia a 32 quilômetros por segundo (km/s) ou 115.200 quilômetros por hora (km/h) em direção à constelação de Pégaso.
Além disso, eles também descobriram que a Via Láctea não estava se movendo em direção à localização atual da Nuvem de Magalhães, como pensado anteriormente, mas sim rumo a um ponto em sua trajetória passada.
Os cientistas acreditam que isso ocorra porque a força gravitacional move nossa galáxia vizinha a uma velocidade tão rápida que a Via Láctea não está conseguindo acompanhar — cerca de 370 km/s. Essa descoberta ajudará os cientistas a desenvolver novas técnicas de modelagem que captam a forte interação dinâmica entre as duas galáxias.
"Essa descoberta definitivamente quebra o feitiço de que nossa galáxia está em algum tipo de estado de equilíbrio", comenta Jorge Peñarrubia, coautor do estudo, em nota. "Na verdade, a recente queda da LMC está causando perturbações violentas na Via Láctea", avisa.