• Redação Galileu
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New observations by the NASA/ESA Hubble Space Telescope suggest that the unexpected dimming of the supergiant star Betelgeuse was most likely caused by an immense amount of hot material that was ejected into space, forming a dust cloud that blocked starli (Foto: ESO, ESA/Hubble, M. Kornmesser)

Nuvem de poeira explicaria variação no brilho da Betelgeuse; entenda (Foto: ESO, ESA/Hubble, M. Kornmesser)

Novas observações realizadas pelo Telescópio Espacial Hubble revelam informações importantes sobre a variação no brilho da supergigante vermelha Betelgeuse, localizada a 642 anos-luz da Terra. Segundo especialistas da Nasa e da Agência Espacial Europeia (ESA), uma nuvem de poeira pode ter bloqueado a luz proveniente da estrela, causando as mudanças.

Entre outubro de 2019 e abril de 2020, o brilho da Betelgeuse variou em até 40% se comparado com sua luminosidade normal. Os astrônomos pensaram em diversas hipóteses para tentar explicar o fenômeno, sugerindo desde a estrela ter explodido em supernova até a existência de manchas estelares em sua superfície.

No novo estudo, os estudiosos sugerem que parte do plasma estelar foi ejetado da supergigante em direção à atmosfera, o que levou ao seu resfriamento e, consequentemente, à formação de uma nuvem de poeira. Todo esse material teria bloqueado a visualização de quase um quarto da superfície da estrela, resultando na variação observada pelos cientistas.

This is the first direct image of a star other than the Sun, made with the Hubble Space Telescope. Called Alpha Orionis, or Betelgeuse, it is a red supergiant star marking the shoulder of the winter constellation Orion the Hunter. The Hubble image reveals (Foto: Andrea Dupree (Harvard-Smithsoni)

A atmosfera da Betelgeuse (Foto: Andrea Dupree (Harvard-Smithsoni)

Mais uma conquista para o Hubble
Lançado há mais de 30 anos, o telescópio espacial Hubble conta com uma longa lista de conquistas — e, se essa teoria sobre a Betelgeuse for confirmada, será mais uma delas. Isso porque foram as observações espectroscópicas de luz ultravioleta feitas pelo telescópio que produziram uma linha do tempo dos acontecimentos na supergigante vermelha.

Segundo os pesquisadores, o Hubble registrou a presença de um material denso e aquecido movendo-se pela atmosfera da Betelgeuse em setembro, outubro e novembro de 2019. Então, em dezembro, outros telescópios observaram as variações do brilho no hemisfério sul da estrela.

"Com o Hubble, vemos o material conforme ele deixou a superfície visível da estrela e se moveu pela atmosfera, antes de formar a poeira que fez a estrela parecer escurecer", disse Andrea Dupree, uma das pesquisadoras, em comunicado. "Na parte sudeste da estrela, pudemos ver o efeito de uma região densa e quente movendo-se para fora."

O brilho da estrela Betelgeuse aumenta e diminui de intensidade (Foto: Reprodução)

O brilho da estrela Betelgeuse aumenta e diminui de intensidade (Foto: Reprodução)

De acordo com ela, o material ejetado era de duas a quatro vezes mais luminoso do que o brilho normal da estrela, mas escureceu rapidamente: em cerca de um mês, o brilho proveniente do hemisfério sul da Betelgeuse era muito menor. "É possível que uma nuvem escura tenha resultado do fluxo que o Hubble detectou", ponderou Dupree. "Apenas o Hubble nos dá evidências do que levou ao escurecimento"

This image is a colour composite made from exposures from the Digitized Sky Survey 2 (DSS2). It shows the area around the red supergiant star Betelgeuse. (Foto: ESO/Digitized Sky Survey 2. Ackn)

Betelgeuse e a área ao seu redor (Foto: ESO/Digitized Sky Survey 2. Ackn)