• Redação Galileu
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A concepção artística de Piro e Vissapragada de um planeta com anel transitando em frente a sua estrela hospedeira. Eles usaram esses modelos para restringir quais dos planetas conhecidos poderiam ter essa característica (Foto: Reprodução/Carnegie Institution for Science)

A concepção artística de um planeta com anel transitando em frente à sua estrela hospedeira (Foto: Reprodução/Carnegie Institution for Science)

Em dezembro de 2019, astrônomos confirmaram a existência de exoplanetas de densidade extremamente baixa, chamados de "algodão-doce". Agora, uma nova pesquisa publicada na revista científica The Astronomical Journal revela esses corpos celestes podem ter anéis. 

Os planetas "algodão-doce" são notáveis ​​por terem raios grandes em relação às suas massas, o que lhes daria densidades muito baixas. No entanto, por serem diferentes de quaisquer outros planetas do Sistema Solar, desafiam os estudos astronômicos. "Pensamos: e se esses planetas não forem como o algodão-doce? E se eles parecerem tão grandes porque estão cercados por aneis?", disse, em nota, Anthony Piro, do Instituto Carnegie para a Ciência, nos Estados Unidos, e um dos autores da pesquisa. 

Para realizar o estudo, Piro se uniu à cientista Shreyas Vissapragada, do Instituto Caltech, também nos EUA, e simulou como um exoplaneta com anéis apareceria para um astrônomo, além de investigar a composição dessas estruturas que poderiam explicar as novas descobertas. 

Os raios dos exoplanetas são medidos quando eles cruzam a frente da estrela hospedeira, causando uma falha em sua luz. Quanto maios intensa é essa falha, maior o exoplaneta. "Esses planetas tendem a orbitar próximo às estrelas hospedeiras, o que significa que os aneis teriam que ser rochosos, e não gelados", explicou Piro.

De acordo com a pesquisa, alguns dos planetas descobertos pela missão Kepler, da Nasa, possivelmente se encaixam na tese: Kepler 87c, 177c e HIP 41378f. Mas isso só podera ser confirmado quando o Telescópio Espacial James Webb for lançado, em 2021. Os telescópios terrestres e espaciais atuais não têm a precisão necessária para confirmar a presença de anéis em torno desses mundos distantes.