• Redação Galileu
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Atmosfera de Júpiter tem muito mais água do que pensávamos, diz NASA (Foto: NASA)

Atmosfera de Júpiter tem muito mais água do que pensávamos, diz NASA (Foto: NASA)

As teorias da ciência sobre a atmosfera de Júpiter estavam erradas, de acordo com um estudo publicado por astrônomos da NASA na Nature Astronomy. Graças aos dados enviados recentemente pela sonda Juno, a atmosfera do maior planeta do Sistema Solar é composta de pelo menos 0,25% de água — quantia significativamente maior do que se acreditava anteriormente.

A Juno foi lançada em 2011, chegou ao planeta em 2016 e está prevista para funcionar até o fim de 2021. Segundo os especialistas, essa é a primeira vez que obtemos informações sobre a água existente em Júpiter desde 1995, quando a sonda Galileo, que orbitava o planeta, foi desativada.  

Por 25 anos, os cientistas acreditaram que a água era mais escassa na atmosfera do gigante gasoso do que na do nosso Sol. As novas medições, entretanto, mostram que a realidade é exatamente o oposto: Júpiter tem três vezes mais água em sua atmosfera do que a nossa estrela.

Para os astrônomos, os erros provavelmente aconteceram porque a Galileo testou e enviou os dados de uma região específica da atmosfera de Júpiter. Ao que tudo indica, a composição atmosférica do planeta é muito agitada e pouco homogêna — o que também foi revelado por informações enviadas pela Juno.

"Quando pensávamos que já havíamos descoberto as coisas, Júpiter nos lembra quanto ainda precisamos aprender", disse Scott Bolton, um dos pesquisadores, em comunicado. "A descoberta surpreendente da Juno, de que a atmosfera não é bem heterogênea, mesmo na região muito abaixo do topo das nuvens, é um quebra-cabeça que ainda estamos tentando descobrir. Ninguém imaginaria que a água pudesse ser tão variável em todo o planeta."

Agora a equipe está animada para os novos achados, já que o artigo foi resultado apenas da primeira das oito missões programadas para investigar a atmosfera jupteriana. A ideia dos astrônomos é estudar a região equatorial ne Júpiter, mas também explorar latitudes mais ao norte do planeta.

"Todo sobrevoo científico é um evento de descoberta", afirmou Bolton. "Com Júpiter, sempre há algo novo. Juno nos ensinou uma lição importante: precisamos nos aproximar de um planeta para testar nossas teorias."