• ANA POSSES, DUÍLIA DE MELLO E GEISA PONTE*
Atualizado em
 O ELT (Extremely Large Telescope), o maior telescópio do mundo, começará a ser testado em 2025 (Foto: Flickr/Creative Commons)

O ELT (Extremely Large Telescope), o maior telescópio do mundo, começará a ser testado em 2025 (Foto: Flickr/Creative Commons)

A última década foi permeada de momentos astronômicos que entraram para a história! Em 2015, detectamos pela primeira vez as ondas gravitacionais produzidas pela colisão entre buracos negros. Desde 2009, descobrimos milhares de planetas ao redor de outras estrelas com o satélite Kepler. E em 2019, vimos a primeira imagem de um buraco negro. Mas e na próxima década? Quais serão as grandes descobertas que mudarão o rumo da astronomia e o nosso entendimento sobre o universo?

É difícil prever, mas dá pra arriscar alguns tópicos de impacto. Duas missões espaciais importantíssimas serão lançadas na próxima década com os telescópios JWST (James Webb Space Telescope) e WFIRST (Wide Field Infrared Survey Telescope). Em solo terrestre, o poderoso LSST (Large Synoptic Survey Telescope) começará a varrer o céu do Hemisfério Sul ainda em 2020, e o maior telescópio do mundo, o ELT (Extremely Large Telescope), começará a ser testado em 2025. Com isso, dá para imaginar que as grandes revelações da próxima década estarão nos campos de matéria escura, energia escura e exoplanetas, temas centrais destes novos instrumentos.

Os componentes da energia e matéria escura, que compõem respectivamente 72% e 23% do Universo, ainda são um enigma e estarão em foco nos próximos anos. E este início de ano veio com uma boa notícia: a astrônoma Vera Rubin que propôs a existência de matéria escura será homenageada quando o LSST ganhar seu nome.

No campo de exoplanetas, esperamos ver diretamente planetas ao redor de outras estrelas. Também confirmaremos visualmente alguns dos milhares de planetas descobertos indiretamente pela variação do brilho ou da velocidade das estrelas quando os planetas passam em frente a elas. E o sonho maior é ver os planetas que estão em zona habitável, sobretudo analisar com mais detalhes suas atmosferas.

Mas estes são só alguns palpites – tem muito mais coisas por vir. Em 2023, por exemplo, veremos a chegada aqui na Terra de uma amostra retirada do solo de um asteroide pela sonda espacial OSIRIS-REx. Além disso, a prospecção robótica do solo de Marte também trará amostras para o nosso planeta, mas que só chegarão em 2032.

Mais: se a estrela Betelgeuse realmente explodir (o que acontecerá a qualquer momento dentro dos próximos 100 mil anos), aprenderemos mais sobre o mecanismo de explosão estelar que é tão importante para o estudo de como os elementos químicos se espalham pelo Universo. Esses elementos químicos são utilizados na formação de outras estrelas, planetas e até da vida.

E até mais interessante do que está previsto para a próxima década é o que não está previsto. Sempre que missões de impacto são propostas, muitas vezes os resultados são inesperados, gerando ainda mais perguntas sem respostas. Assim é a Ciência, lotada de questionamentos fascinantes!

Mulheres das Estrelas (Foto: Ana Posses, Duília de Mello e Geisa ponte são astrônomas que querem mostrar ao Brasil a importância da ciência. Trabalham para atrair mais jovens — especialmente as meninas — para esse campo. (Fotos: arquivo pessoal))

*Ana Posses, Duília de Mello e Geisa ponte são astrônomas que querem mostrar ao Brasil a importância da ciência. Trabalham para atrair mais jovens — especialmente as meninas — para esse campo. (Fotos: arquivo pessoal))