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Compartimento de higiene enviado à ISS na nave Endeavour, durante missão STS-126 mission.  (Foto: NASA)

Compartimento de higiene enviado à ISS na nave Endeavour, durante missão STS-126 mission. (Foto: NASA)

O banheiro da Estação Espacial Internacional (ISS) não é o mais limpo de todos, ainda mais porque a falta de gravidade pode levar a complicações sanitárias, fazendo com que pedaços de dejetos se espalhem pelo local. O sistema imunológico do astronauta no espaço fica enfraquecido e diversas bactérias, inclusive as resistentes a antibióticos, já foram encontradas a bordo.

É por isso que um time de cientistas desenvolveu um revestimento antimicrobiano, feito dos elementos químicos prata e rutênio, que foi chamado de AGXX. A pesquisa foi publicada no jornal Frontiers in Microbiology.

O AGXX foi colocado na porta do banheiro da ISS. Após seis meses, não foram encontradas indícios de bactérias na superfície do local. Um ano depois, alguns microrganismos reapareceram, mas foi notada uma redução em 80% na presença bacteriana em comparação à amostra de uma porta de ferro sem nenhum revestimento.

Em um comunicado, a microbiologista Elisabeth Grohmann, da Universidade Beuth de Ciências Aplicadas,  disse que nenhuma das bactérias sobreviventes era perigosa e ela ainda atribuiu o crescimento bacteriano à poeira e a outros fatores que podem ter interferido no AGXX. “Com exposição prolongada, algumas bactérias escaparam à ação antimicrobiana”, afirmou a cientista. 

Astronauta da NASA, Kevin Ford, faz rotina de manutenção do compartimento de descarte e higiene na ISS (Foto: NASA)

Astronauta da NASA, Kevin Ford, faz rotina de manutenção do compartimento de descarte e higiene na ISS (Foto: NASA)

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“Os materiais de teste antimicrobianos são superfícies estáticas, onde células mortas, partículas de poeira e detritos de células podem se acumular com o tempo e interferir no contato entre a superfície antimicrobiana e a bactéria”, explicou. 

Para a pesquisadora, o estudo pode contribuir para viagens espaciais mais seguras. “Imunosupressão, virulência bacteriana e risco de infecção aumentam conforme a duração de um voo espacial. Nós devemos continuar a desenvolver novos métodos para combater infecções bacterianas se nós queremos tentar missões mais longas para Marte e além”, afirmou. 

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