• Redação Galileu
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Mae Jemison (Foto: NASA (Great Images in NASA Description), via Wikimedia Commons)

Mae Jemison (Foto: NASA (Great Images in NASA Description), via Wikimedia Commons)

A partir de agora, quem passar por Nova York e visitar o ônibus espacial Enterprise no Intrepid Sea, Air & Space Museum será recebido por um holograma de ninguém menos do que a Dra. Mae Jemison, primeira mulher negra a chegar ao espaço. 

O projeto faz parte da exposição "Defying Gravity: Women in Space", que divulga a trajetória de diversas mulheres na área da ciência e tecnologia. Com o holograma 3D e em tamanho real de Jemison, os visitantes podem conhecer um pouco sobre a vida da astronauta, da infância a viagem ao espaço, em 1992.

"Eu acompanhava a exploração espacial de perto, mas sempre me irritou que não haviam mulheres à frente disso. E quando as pessoas tentavam me explicar o porquê, eu sabia que elas estavam erradas", diz o holograma.

Construção do holograma de Mae Jemison (Foto: Brandon Kaiser/Microsoft/Divulgação)

Construção do holograma de Mae Jemison (Foto: Brandon Kaiser/Microsoft/Divulgação)

Entre as mulheres lembradas pela apresentação do holograma estão Katherine Johnson, matemática negra da Nasa que inspirou o filme Estrelas Além do Tempo; Patricia Cowings, psicofisiologista aeroespacial negra que ajuda os astronautas a se readaptarem após viagens ao espaço; e Peggy Whitson, a astronauta aposentada que leva no currículo o recorde de ser a mulher com o maior número de horas passadas no espaço.

A instalação pode ser apreciada com Microsoft HoloLens, headsets de realidade misturada que unem projeções digitais ao que acontece no mundo exterior — o que os difere da realidade virtual, que não apresenta relação alguma entre o que está ao redor do usuário e o que é projetado.

Para se tornar um holograma, Jemison foi gravada por mais de 106 câmeras em um studio de criação da Microsoft, em San Francisco.

Mae Jemison participa de gravação em estúdio da microsoft, uma das primeiras etapas para produzir o holograma. (Foto: Brandon Kaiser/Microsoft/Divulgação)

Mae Jemison participa de gravação em estúdio da microsoft, uma das primeiras etapas para produzir o holograma. (Foto: Brandon Kaiser/Microsoft/Divulgação)

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Vida e trajetória de Mae Jemison

Jemison, que é uma grande fã de Star Trek, sabia desde o jardim de infância que queria ser cientista, conforme contou ao Smithsonian durante o evento de lançamento do projeto. "Eu achava a coisa mais boba do mundo que não existissem [muitas] mulheres astronautas", disse. "Eu sabia que eu tinha energia, coragem e força suficientes para ascender [nessa carreira]". 

E foi o que Mar fez: aos 16 anos, ela chegou à Universidade Stanford e mais tarde foi estudante de medicina da Universidade Cornell. Depois de se formar, participou da equipe médica do Corpo da Paz em missões na Libéria e em Serra Leoa.

Arte do holograma de Mae Jemison no Intrepid Sea, Air and Space Museum (Foto: Brandon Kaiser/Microsoft/Divulgação)

Arte do holograma de Mae Jemison no Intrepid Sea, Air and Space Museum (Foto: Brandon Kaiser/Microsoft/Divulgação)

Não satisfeita, um dia ela decidiu ligar para o Johnson Space Center, em Houston, e disse que gostaria de fazer o teste para se tornar uma astronauta, no qual foi selecionada para fazer parte do programa de treinamnto de 1987.

Cinco mais tarde, Jemison estava vendo sua cidade, Chicago, pela janela do ônibus espacial Endeavour, rumo ao espaço. Durante missão, ela serviu como especialista científica e foi responsável por fazer diversas experiências com a antigravidade. Uma delas, por exemplo, foi descobrir que embriões de sapos são capazes de se organizar normalmente até mesmo nessas condições.

Entre outras contribuições, ela fundou empresas de tecnologia como a Jemison Group Inc. e a Biosentient Coporation e participa do projeto 100 Year Starship. "Nós só teremos a nossa melhor tecnologia e as nossas melhores soluções e políticas do mundo quando nós tivermos o talento completo disponível para nós." 

Com informações de Smithsonian.

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