• Redação Galileu
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Abelhas seriam capazes de resolver problemas matemáticos sem utilizar números (Foto: Boba Jaglicic / Unsplash)

Abelhas seriam capazes de resolver problemas matemáticos sem utilizar números (Foto: Boba Jaglicic / Unsplash)

Um novo estudo realizado por pesquidadores da Universidade de Sheffield, no Reino Unido, mostra que abelhas são capazes de resolver um tipo de teste de matemática sem a necessidade de números. Publicada no último dia 17 de fevereiro revista Proceedings of the Royal Society B, descoberta pode ser importante para o desenvolvimento de uma inteligência artificial (IA) mais aprimorada.

Os métodos usados ​​no estudo também podem fornecer um projeto novo e alternativo para testar a cognição numérica em animais. A maioria dos trabalhos anteriores tenta controlar pelo menos uma pista não numérica, enquanto o estudo de Sheffield é o primeiro a propor uma técnica que avalia cuidadosamente pistas não numéricas contínuas.

Determinar como diferentes cérebros resolvem tarefas numéricas fornece uma visão valiosa sobre as raízes evolutivas da cognição, o que é muito importante para o desenvolvimento da IA

Por meio de uma tarefa que é normalmente usada para testar a cognição numérica em abelhas e em outros animais, a equipe de Sheffield descobriu que os insetos podem distinguir entre cartazes exibindo diferentes quantidades de elementos sem que seu cérebro tenha que processar dados numéricos.

As abelhas foram treinadas individualmente para identificar cartazes com diversas formas. Algumas abelhas aprenderam a encontrar uma recompensa açucarada nos cartazes com o maior número de desenhos, enquanto outras aprenderam a encontrar a guloseima nos cartazes com menos imagens. Assim que as abelhas aprenderam essa regra, elas foram capazes de identificar rapidamente o cartaz com o maior ou menor número de formas para encontrar o doce.

Para determinar se elas usavam pistas não numéricas, os bichinhos foram testados com dois pares de cartazes que continham o mesmo número de desenhos, mas diferiam em alguns aspectos, como comprimento da borda e distribuição espacial. 

O que se observou é que as abelhas treinadas para encontrar o maior número de formas ainda voaram para os cartazes com mais variáveis, e aquelas condicionadas a encontrar os cartazes com menos desenhos partiram em direção aos com menos variáveis, independentemente do número de ilustrações. 

“Os resultados do nosso estudo mostram que os animais são incrivelmente inteligentes e podem resolver tarefas de maneiras eficazes e inesperadas", diz, em nota, HaDi MaBouDi, o principal autor do artigo. "Isso será muito prático no futuro da inteligência artificial para projetar máquinas inteligentes baseadas em animais que evoluíram para algumas tarefas específicas.”