• Redação Galileu
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Espécie considerada extinta é encontrada por pesquisadores (Foto: Danny Balete)

Espécie considerada extinta é encontrada por pesquisadores (Foto: Danny Balete)

Uma equipe internacional de pesquisadores publicou na edição de janeiro da revista Philippine Journal of Science um estudo sobre a redescoberta da espécie de roedor Apomys sacobianus. Inicialmente, acreditava-se que ela havia sido extinta após a erupção do Monte Pinatubo, um pico vulcânico na ilha filipina de Luzon, em junho de 1991. Depois do fenômeno, tufões e chuvas de monções provocaram deslizamentos de terra e fluxos de cinzas que tomaram a região por muitos meses, o que prejudicou a fauna e a flora do local.

"Quando o Pinatubo explodiu, provavelmente a última coisa que passou pela cabeça de alguém foi uma pequena espécie de camundongo que vivia apenas naquela montanha — e que ela poderia muito bem ter se extinguido como resultado. O que aprendemos posteriormente realmente nos surpreendeu", disse, em nota, Larry Heaney, do Museu Field de Chicago, nos Estados Unidos, e um dos coautores do artigo. 

No início de 2011 e novamente em 2012, vinte anos após a erupção, o pesquisador Danilo Balete foi ao Monte Pinatubo para estudar sua fauna de mamíferos. Ao longo de vários meses, ele e sua equipe de assistentes (incluindo homens locais da tribo Aeta) examinaram os mamíferos na montanha no local onde a floresta havia sido devastada pela erupção.

No estudo, realizado pelo principal autor Eric Rickart, foi documentado um total de 17 espécies, incluindo oito morcegos, sete roedores (cinco espécies nativas e duas não nativas), e até mesmo dois grandes mamíferos (porcos selvagens e veados). Apesar das condições adversas e da vegetação esparsa, os roedores nativos foram encontrados por todos os lugares. O mais surpreendente de tudo é que a espécie mais abundante foi a Apomys sacobianus. Graças à sua alta tolerância à perturbação ambiental e à falta de predadores, a espécie está prosperando na paisagem vulcânica.

Conforme o Pinatubo se recupera dos danos causados ​​pela erupção, as florestas retornam e outras espécies migram. O local pode se tornar um laboratório vivo para estudar como as plantas e os animais se recuperam após uma erupção vulcânica em um ambiente tropical.