• Redação Galileu
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Estamos evoluindo: pessoas estão nascendo com uma nova artéria no braço (Foto: Clay Banks/Unsplash)

Estamos evoluindo: pessoas estão nascendo com uma nova artéria no braço (Foto: Clay Banks/Unsplash)

Ao que tudo indica, nossa espécie ainda está evoluindo de maneiras únicas e as mudanças na seleção natural podem ser o principal motivo. Prova disso é um estudo conduzido por cientistas da Universidade Flinders e da Universidade de Adelaide, ambas na Austrália, compartilhado em setembro no Journal of Anatomy.

No artigo, os especialistas revelam que há um aumento significativo na prevalência de uma artéria em humanos desde o final do século 19. A artéria mediana, como é conhecida, é o principal vaso que fornece sangue para o antebraço e a mão humana.

Ela é formada pela primeira vez no útero da mãe, mas desaparece assim que dois outros vasos, as artérias radial e ulnar, se desenvolvem ao longo do desenvolvimento fetal. Sendo assim, a maioria dos adultos obviamente não tem uma artéria mediana. O novo estudo, entretanto, descobriu que um número cada vez maior de pessoas não "perdem" a artéria mediana, ficando com os três vasos.

"Desde o século 18, os anatomistas têm estudado a prevalência dessa artéria em adultos e nosso estudo mostra que ela está claramente aumentando", disse Teghan Lucas, coautor do estudo, em declaração. "A prevalência era de cerca de 10% em pessoas nascidas em meados da década de 1880 em comparação com 30% nas nascidas no final do século 20, de modo que é um aumento significativo em um período bastante curto de tempo, quando se trata de evolução."

Estamos evoluindo: pessoas estão nascendo com uma nova artéria no braço (Foto: Professor Maciej Henneberg)

Estamos evoluindo: pessoas estão nascendo com uma nova artéria no braço (Foto: Professor Maciej Henneberg)

Para os pesquisadores, essa tendência evolutiva continuará entre os nascidos nos próximos 80 anos, com a artéria mediana se tornando comum no antebraço humano. Além disso, a prevalência da artéria ao longo de gerações mostra que os humanos modernos estão evoluindo a um ritmo mais rápido do que em qualquer momento nos últimos 250 anos.

"Esse aumento pode ter resultado de mutações de genes envolvidos no desenvolvimento da artéria mediana ou de problemas de saúde das mães durante a gravidez, ou ambos, na verdade", explicou Lucas. "Se essa tendência continuar, a maioria das pessoas terá a artéria mediana do antebraço em 2100."

Os cientistas explicam que a artéria "extra" oferece benefícios porque aumenta o suprimento geral de sangue e pode ser usada como substituto em procedimentos cirúrgicos em outras partes do corpo humano. "Esta é a microevolução em humanos modernos e a artéria mediana é um exemplo perfeito de como ainda estamos evoluindo porque as pessoas nascidas mais recentemente têm uma prevalência maior dessa artéria quando comparadas aos humanos das gerações anteriores", observou o coautor Maciej Henneberg.