• Redação Galileu
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Fofa e estranha. (Foto:  Suzi Eszterhas / Fundação de Conservação de Preguiça da Costa Rica)

Fofa e estranha (Foto: Suzi Eszterhas / Fundação de Conservação de Preguiça da Costa Rica)

Todos nós mamíferos gastamos muita energia para conservar nossa temperatura corporal. Se está muito quente, suamos para baixar a temperatura. Se está muito frio, trememos para subir. Em ambos os casos, muitas calorias são consumidas.

Calorias essas que nem sempre estão disponíveis em abundância, como no caso das preguiças. Elas se alimentam de apenas alguns tipos específicos de folhas, com baixo valor nutricional, que podem levar até um mês para serem digeridas.

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Vivendo em uma espécie de limiar metabólico, o bicho faça jus a seu nome: a lentidão pode ser incrivelmente profunda.

Um estudo recém publicado com preguiças-de-três-dedos, mostra que para não correr o risco de perder energia demais, quando o clima está extremo, seja quente ou frio, as preguiças simplesmente param seu metabolismo.

"Embora não saibamos exatamente como elas fazem isso", disse à National Geographic, Rebecca Cliffe, da Fundação de Conservação de Preguiça da Costa Rica e principal autora do estudo."Até onde sabemos, essa é a primeira evidência fisiológica de um mamífero que rapidamente invoca depressão metabólica reversível sem entrar em um estado de torpor ou hibernação".

Para buscar entender melhor o funcionamento das preguiças, os pesquisadores observaram a taxa metabólica de repouso de oito preguiças-de-três-dedos (B. variegatus) pelo monitoramento do consumo de oxigênio e a produção de dióxido de carbono de preguiças que dormiam dentro de uma câmara metabólica na Costa Rica.

Conforme a temperatura variava, dentro da faixa natural que as preguiças normalmente experimentariam na selva, registraram a temperatura corporal, a atividade e os ajustes posturais das preguiças.

Quando diante de baixas temperaturas, as preguiças estão em situação semelhante aos répteis - incapazes de elevar a temperatura corporal e, portanto, a taxa metabólica é muito baixa-. 

Na zona intermediária, a temperatura é ideal e assim eles podem queimar energia na taxa ideal. Isso parece com o uso de muita energia, mas pode ser apenas o gasto normal para uma preguiça. Essa faixa de temperatura média coincide de perto com as temperaturas diurnas médias nas florestas tropicais, quando as preguiças de três dedos são as mais ativas e as que mais se alimentam.

A parte mais estranha é quando fica muito quente. As preguiças podem temporariamente (e talvez estrategicamente) deprimir ativamente seu metabolismo de uma maneira que parece única no reino animal. Quando fica muito quente na natureza, tudo o que uma preguiça pode realmente fazer é se mover para a sombra para esfriar. Portanto, faria sentido ficar parado e esperar que as condições se tornassem mais favoráveis ​​à atividade.

Enquanto estão sentados ainda, deprimindo seu metabolismo, eles estão simultaneamente economizando energia, reduzindo a quantidade de calor metabólico sendo produzido pelo seu corpo e, portanto, ficando um pouco mais fria. Reduções no metabolismo, portanto, minimizam o gasto de energia em temperaturas baixas e reduzem o risco de hipertermia em temperaturas quentes.

A descoberta fornece informações vitais sobre como as preguiças confiam nas condições ambientais para todos os aspectos de seu uso de energia, e precisaremos levar isso em consideração ao considerarmos o impacto de um clima mais quente na sobrevivência das preguiças no futuro.

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