• Redação Galileu
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Arqueólogo marítimo do Museu Marítimo Nacional Australiano trabalhando no local do naufrágio do Endeavour  (Foto:  Museu Marítimo Nacional Australiano)

Arqueólogo marítimo do Museu Marítimo Nacional Australiano trabalhando no suposto local do naufrágio do Endeavour (Foto: Museu Marítimo Nacional Australiano)

Pesquisadores podem ter encontrado o famigerado HMS Endeavour, navio que o capitão James Cook utilizou durante sua primeira expedição a Austrália e Nova Zelândia, no século 18. Os supostos restos da embarcação naufragada foram detectados na região portuária de Newport, no estado norte-americano de Rhode Island.






A novidade foi anunciada na última quinta-feira (3) pelo Museu Marítimo Nacional da Austrália (ANMM, sigla em inglês), porém as autoridades do Projeto de Arqueologia Marinha de Rhode Island (RIMAP) acreditam que seja cedo demais para confirmar o achado. Ambas as instituições colaboram com a investigação de naufrágios em Newport há mais de 22 anos.

Famoso navegante

O explorador britânico James Cook, que comandou o navio histórico, é conhecido por ter feito três viagens ao Oceano Pacífico no século 18. A mais célebre foi aquela que o levou ao continente australiano, em 1768. Na época, ele e mais de 90 marinheiros partiram a bordo do HMS Endeavour em busca de uma “terra desconhecida do sul”, chamada de terra “Australis Incognita”, segundo o jornal The New York Times.

Reconstituição do HMS Endeavour, que afundou no século 18  (Foto: Reprodução/Youtube/Australian National Maritime Museum)

Reconstituição do HMS Endeavour, que afundou no século 18 (Foto: Reprodução/Youtube/Australian National Maritime Museum)

O barco não só permitiu o início do colonialismo britânico na Austrália, mas também foi usado posteriormente para o transporte de tropas durante a Guerra Revolucionária Americana. O navio afundou durante uma batalha em 1778, junto a várias outras embarcações em Newport.

Controvérsias entre instituições

A equipe do ANMM está convicta de que achou o icônico navio da história australiana. “Desde 1999, investigamos vários naufrágios do século 18 em uma área de mais de 5 km² onde acreditamos que o Endeavour afundou. Com base em evidências arquivísticas e arqueológicas, estou convencido de que é o Endeavour”, afirmou em coletiva de imprensa Kevin Sumption, diretor do museu, segundo o site Ancient Origins.

Mergulhador durante expedição do naufrágio do HMS Endeavour (Foto: Reprodução/Youtube/Australian National Maritime Museum)

Mergulhador durante expedição do naufrágio do HMS Endeavour (Foto: Reprodução/Youtube/Australian National Maritime Museum)

Contudo, os indícios encontrados foram considerados “prematuros” em nota emitida por Kathy Abbass, diretora executiva do RIMAP. O texto autodenomina o projeto norte-americano como a “organização líder” do estudo do navio e afirma que ANMM teria violado um contrato que tinha com a entidade.

Pedaço do navio HMS Endeavour encontrado na costa do estado norte-americano de Rhode Island (Foto: Reprodução/Youtube/Australian National Maritime Museum)

Pedaço do navio HMS Endeavour encontrado na costa do estado norte-americano de Rhode Island (Foto: Reprodução/Youtube/Australian National Maritime Museum)

“O que vemos no local do naufrágio em estudo é consistente com o que se pode esperar do Endeavour, mas não foram encontrados dados indiscutíveis para provar que o local é daquele navio icônico, e há muitas perguntas sem resposta que podem anular essa identificação”, defende Abbass.






Em resposta, Kieran Hosty, gerente de arqueologia marinha do museu australiano, contou ao The Art Newspaper que o contrato citado expirou em novembro de 2021. O ANMM acredita que exista uma “enorme quantidade de evidências acumuladas”. “Estamos ansiosos para buscar um devido processo de revisão por pares e consulta com todas as partes interessadas em Rhode Island”.

Reconstrução digital do navio HMS Endeavour do capitão James Cook (Foto: Reprodução/Youtube/Australian National Maritime Museum)

Reconstrução digital do navio HMS Endeavour do capitão James Cook (Foto: Reprodução/Youtube/Australian National Maritime Museum)