• Redação Galileu
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Reconstituição digital da egípcia Shep-en-Isis (Foto: Cícero Moraes)

Reconstituição digital da egípcia Shep-en-Isis (Foto: Cícero Moraes)

Shep-en-Isis foi uma egípcia que viveu no século 7 a.C., na cidade de Tebas. Seu caixão foi descoberto em 1819 na tumba de sua família, junto ao de seu pai, Pa-es-tjenfi. Em 1820, a múmia de Shep-en-Isis foi levada para a Biblioteca da Abadia de São Galo, na Suíça, onde está desde então.

Em um projeto idealizado pelo Centro de Pesquisas da FAPAB, na Itália, especialistas reconstituíram a face de Shep-en-Isis — entre eles, o artista 3D brasileiro Cícero Moraes. A revelação do rosto da egípcia se deu a partir do estudo The Forensic Facial Reconstruction of Shep-en-Isis, divulgado este mês na Amazon.

Em entrevista exclusiva à revista brasileira Aventuras na História, Michael Habicht, pesquisador da Universidade Flinders, na Austrália, e especialista em egiptologia, conta que “com base na idade anatômica de Shep-en-Isis e no estilo de seu caixão interno, ela deve ter nascido por volta de 650 a.C. e morrido entre 620 e 610 a.C..”

Inscrições no caixão indicam que a mulher era de uma família da elite egípcia da época, pertencente a uma longa linhagem de sacerdotes de Amon em Tebas. É provável que ela tivesse algum grau de educação formal.

Para reconstituir o rosto de Shep-en-Isis, a equipe da FAPAB se baseou em documentos históricos, pesquisas, topografias computadorizadas e dados morfológicos. Cícero Moraes é conhecido por já ter representado a face de figuras como Maria Madalena, Jesus Cristo e o faraó Akhenaton. Segundo o portal Ancient Origins, o brasileiro usou o método de Manchester, considerada a melhor técnica forense para essas reconstituições.

A equipe focou apenas em representar a aparência e anatomia de Shep-en-Isis, sem incluir eventuais joias, roupas ou perucas que ela pudesse usar. Segundo Moraes declarou à Aventuras na História, a característica mais marcante revelada pelo rosto da mulher são seus dentes levemente projetados, condição conhecida como prognatismo maxilar classe II.

Saiba mais sobre a descoberta no vídeo a seguir: