• Redação Galileu
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Tubas auditivas da espécie se pareciam com as dos bebês humanos — o que facilitava agravamento das infecções (Foto: Repdorção SUNY Downstate Health Sciences University)

Tubas auditivas da espécie se pareciam com as dos bebês humanos — o que facilitava agravamento das infecções (Foto: Repdorção SUNY Downstate Health Sciences University)

A extinção dos neandertais, "primos" mais próximos do Homo sapiens, permanece envolta em mistérios. Mas, aos poucos, a ciência faz novas descobertas sobre esses povos. É o caso de uma pesquisa publicada na revista científica The Anatomical Record, que aponta uma doença que pode ter levado ao sumiço da espécie: a otite.

A infecção que acontece no ouvido médio, uma região localizada atrás do tímpano preenchida apenas por ar, não representa uma ameaça a humanos adultos. A otite pode ser causada por vírus ou bactérias e, na maioria dos casos, a cura acontece sem a necessidade de antibióticos. 

Complicações são mais comuns em bebês, que ainda não têm as tubas auditivas (também chamadas de trompas de Eustáquio) completamente formadas. Nos pequenos, esse compartimento – que faz a conexão da orelha média com nariz e garganta – está em uma posição mais horizontalizada, o que propicia infecções no ouvido. 

Conforme crescemos, as trompas de Eustáquio ficam mais verticais, o que ajuda a proteger contra a otite. Só que, segundo o novo estudo, isso não acontecia com os neandertais. A estrutura das tubas auditivas deles não mudava com a idade – o que aumentava não só os casos de otite, mas também o risco de agravamento da infecção.

De acordo com os autores da pesquisa, os microrganismos presentes nos ouvidos podiam causar infecções respiratórias e pneumonias, além da perda da capacidade auditiva — uma ameaça à sobrevivência. .

“Se você estivesse constantemente doente, não seria tão apto e eficaz em competir com seus 'primos' Homo sapiens ​​por comida e outros recursos", diz Samuel Márquez, um dos autores do estudo, em comunicado. "Num mundo em que apenas os mais aptos sobrevivem, não é de se admirar que o homem moderno, não o neandertal, tenha prevalecido."

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