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Jade Devis com seu bebê Bradley no colo (Foto: Reprodução/Instagram)

Jade Devis com seu bebê Bradley no colo (Foto: Reprodução/Instagram)

A contadora Jade Devis, 36 anos, da Califórnia, nos Estados Unidos, estava grávida de apenas alguns meses quando soube que tinha um tipo de câncer de mama que crescia rapidamente. A perspectiva de sua obstetra era sombria. “Ela dizia que minha bebê era pequena demais e que seria um caso de vida ou morte para mim.

Tudo começou em janeiro, algumas semanas depois que ela descobriu a gestação, e antes mesmo de qualquer suspeita médica. Jade sentiu um caroço duro e doloroso acima do seio esquerdo. A área parecia estar queimando. Ela conta que seu médico disse que se, provavelmente, se tratava de um duto de leite entupido. Ela não acreditou no diagnóstico e, preocupada, pediu a ele uma biópsia, que constatou a doença: câncer de mama triplo-negativo.

Esse subtipo de câncer representa cerca de 15% a 20% de todos os casos de câncer de mama no mundo e se destaca por afetar, geralmente, mulheres jovens e ser agressivo, já que existe maior chance de retorno da doença depois de um prévio controle, levando à metástase e a uma sobrevida menor do que os outros tipos de câncer.

Jade passou por uma cirurgia para a retirada do nódulo cancerígeno e 10 gânglios linfáticos próximos. O procedimento é considerado seguro para gestantes. Em seguida, ela iniciou as sessões de quimioterapia. Nessa época, ela estava grávida de 6 meses.

"Eu comecei a me esconder. Já estava sem cabelo e não queria sair por aí grávida e careca. Os olhares das pessoas me passavam ainda mais insegurança”, conta Jade ao site WebMD. A incerteza a atormentou durante o tratamento. O bebê ficaria bem? A quimioterapia o machucaria? "Eu ainda não tinha um quarto montado porque não tinha certeza de qual seria o resultado", diz ela. "E eu estava recusando presentes de bebê de todo mundo porque não queria voltar para casa e ter que devolver aquelas lembranças, no pior dos cenários."

Pesquisas da Sociedades Americana de Câncer apontam que a quimioterapia não aumenta as chances de defeitos congênitos, natimortos ou problemas de saúde logo após o nascimento, embora aumente as chances de partos prematuros. Além disso, os pesquisadores não têm certeza se os medicamentos contra a quimioterapia podem afetar a saúde de um bebê mais tarde na vida.

No caso de Jade, sua oncologista Gayathri Nagaraj, especialista do Centro de Câncer da Universidade Loma Linda, na Califórnia, tomou as medidas de segurança para proteger ela e seu bebê. Nagaraj e sua equipe garantiram que todos os medicamentos, incluindo a quimioterapia e remédios para tratar seus efeitos colaterais, eram seguros para ela. Eles também planejaram cuidadosamente o início e o térmico das sessões, de forma que houvesse uma pausa algumas semanas antes do parto.

Jade tinha uma equipe inteira cuidando dela. Nagaraj diz que os especialistas em medicina materno-fetal mantinham um controle da saúde do bebê. Os farmacêuticos verificaram a segurança de todos os seus medicamentos. Uma nutricionista cuidou de sua alimentação. Assistentes sociais forneceram apoio psicológico.

Seus piores medos não se tornaram realidade. No final de julho, ela deu à luz um filho saudável chamado Bradley. "Quando ele nasceu e eu ouvi o choro, era como se o veredicto estivesse lá. Enfim, nós conseguimos e estamos aqui!", diz ela.