• Bruna Menegueço
Atualizado em
Thais_Fersoza (Foto: Reprodução/Instagram)

(Foto: Victor Gomes)

Mais um item da lista da atriz Thais Fersoza, 35 anos, acaba de ser cumprido. Durante quatro meses, ela se recolheu no estúdio do marido, o cantor Michel Teló, para colocar no papel a experiência mais transformadora que já teve: de se tornar mãe de dois filhos quase-gêmeos, como ela diz. Melinda, 3 anos, e Teodoro, 2, têm apenas 11 meses de diferença. No livro Nasce uma mãe (Editora HarperCollins), que acaba de chegar às livrarias, ela conta detalhes dessa transformação. Desde o momento em que conheceu o marido durante o Carnaval de 2012 até o nascimento do caçula Teodoro. Em uma entrevista exclusiva a CRESCER, ela conta os desafios de educar filhos com idades tão próximas, as situações mais desafiadoras e engraçadas que já viveu com a duplinha, como fez para se reconhecer após duas gestações e o que espera para o futuro.

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Thais Fersoza, atriz, mãe da Melinda e do Teodoro, esposa do Michel Teló. Mais do tudo isso, a gente sempre te vê sorrindo. Desde pequenininha, você sorri muito, de uma forma bem verdadeira e intensa. Como você consegue manter esse sorriso no rosto sempre?
Eu tento levar com leveza. Eu sou muita intensa por natureza. Então, eu acho que até essa parte boa, de eu estar feliz com o que eu faço, de estar feliz com o que eu construí, com o que eu estou buscando, com as coisas que eu acredito, eu acho que isso vai transparecendo no sorriso. Eu tenho sorriso fácil. Por ser tão intensa, eu tento levar essa leveza na intensidade também. Mas não é sempre sorriso no rosto, não, te garanto. É que eu tenho sorrisão largo. O Michel fala que o Teodoro puxou o meu sorriso.

Thais_Fersoza (Foto: Reprodução/Instagram)

(Foto: Reprodução/Instagram)

Como surgiu a ideia de escrever o livro?
Na verdade, eu nunca tinha pensado em escrever um livro. Até que a editora HarperCollins me fez o convite. Aí, eu parei e pensei: “Meu Deus, um livro! A editora veio me buscar para eu escrever um livro? Como eu nunca pensei nisso antes?”. Respondi que me sentia muito lisonjeada com o convite, mas que precisava de um tempo para pensar e amadurecer a ideia. Fiquei pensando sobre o assunto e me ocorreu que, desde muito nova, eu sempre recebi muito carinho das pessoas. Por isso, eu achei que escrever o livro seria uma forma de retribuir, além de ser uma forma de estar mais perto das pessoas e de materializar uma vivência que eu tive. Eu sempre tenho muito cuidado em dizer que o livro não é uma pretensão de dizer: “Olha como eu arraso! Faz assim que dá certo!”. Não, não é isso, de jeito nenhum. Foi a forma que eu achei de compartilhar a minha experiência. Por isso, eu fiz tanta questão de ter respaldo de especialistas no livro. Tem psicólogo, obstetra, pediatra, nutricionista. Eles, sim, falam como deve ser. Eu simplesmente compartilho uma vivência. Mas vale lembrar: meus filhos têm 2 e 3 anos. Quando eu falo sobre a minha experiência na maternidade, eu estou falando até esse breve momento. Os próximos anos são novos para mim.

Como foi o processo de sentar e colocar a mão na massa? Você seguiu um roteiro ou foi escrevendo o que sentia? Em quais momentos do seu dia, você conseguia se concentrar para escrever?
Você acredita que eu ia para o estúdio do Michel? Por ter acústica, por ser todo fechadinho, era um lugar que eu ficava bem quietinha ali. Eu montei alguns tópicos baseados em uma ordem cronológica de como tudo aconteceu e assim eu desenvolvi a história. Esse processo foi tão emocionante porque fui um mergulho. Ao mesmo tempo em que tudo ali é muito recente, tudo foi muito intenso. Eu pude reviver cada situação. Na busca pelas fotos, eu enviava para o Michel quando ele não estava em casa. No final, eu fiquei pensando: Não é que foi legal isso? Eu nunca tinha pensado em fazer, mas foi muito bacana!

Thais_Fersoza (Foto: Reprodução/Instagram)

(Foto: Reprodução/Instagram)

Como mãe de dois bebês, teve algum momento difícil que você pensou: Meu Deus, o que eu faço agora? [Antes mesmo de eu terminar a pergunta, ela já começa a fazer positivo com a cabeça]
Claro que teve, tiveram vários momentos difíceis. No sentido de ser mãe de dois, tiveram dois momentos puxados. Um deles foi quando eu estava grávida do Teodoro de 7 meses e a Melinda estava 10 meses. Até então, eu não tinha nenhuma funcionária em casa comigo. Tinha, sim, alguém que cuidava da casa e cozinhava, mas eu não tinha uma pessoa para me ajudar durante à noite, por exemplo. Meus pais não moram em São Paulo, os pais do Michel também não. A minha irmã trabalha bastante, os irmãos do Michel também. Então eu me vi sozinha, porque o Michel viaja bastante, com uma barriga de 7 meses enorme, já que na gravidez do Teodoro eu fiquei muita grande, e uma bebê que queria engatinhar. Muitas vezes, eu só me dava conta da situação quando eu estava tentando ensiná-la a engatinhar e minha barriga roçava no chão. Logo depois, ela queria andar. Eu já estava com oito meses de gestação do Teodoro e tinha que ficar naquela posição, segurando os dedos dela para ajudá-la a andar. A minha barriga encostava na cabeça dela. Eu me sentia bem, mas era arriscado tanto para o Teodoro ainda na barriga quando para a Melinda, que poderia cair, caso eu não conseguisse segurá-la. Após o nascimento do Teodoro, eu me vi presa em casa. A logística para sair com dois bebês sozinha era surreal. Imagine só: um bebê de 6 meses e outro de 1 ano e 5 meses? Hoje em dia, a hora de ir ao banheiro é uma aventura. Eu entro dentro da cabine com os dois. O Teodoro fica ali, rodando, querendo mexer no papel e em todos os lugares, enquanto eu coloco a Melindinha para fazer xixi.

Qual é a melhor parte de ser mãe de dois filhos com idades tão próximas?
Parte boa? Só tem parte boa. Eu tenho amor em dose dupla, é a melhor coisa do mundo. Como diz o Michel, eu tenho duas cabeças para engolir. Não tem nada mais lindo do que você vê a evolução, o crescimento, de perceber que os seus ensinamentos estão chegando até lá. Você vê que eles estão se transformando em pessoas boas, em pessoas do bem, respeitosas, humildes, generosas. Eu não me vejo mãe de um. Aliás, eu não sei ser mãe de um. Eu funciono no pacote. Aqui é no montante. Eu vejo algumas amigas minhas que são mães de um, eu acho tão tranquilo. Eu tô sempre aqui, ó, olhando de um lado para o outro. Eu não sei como é olhar para um lado só, eu olho para os dois.

Thais_Fersoza (Foto: Reprodução/Instagram)

(Foto: Reprodução/Instagram)

Como é a relação entre Teodoro e Melinda?
Os dois são muito amigos e não tem tanto a necessidade de ter um adulto entretendo porque eles têm um ao outro. A gente faz tantos vídeos dos dois, mas quase nunca aparecemos porque é tão mágico ver os dois brincando, se conectando, criando o momento deles. É tão lindo que a gente não interfere. O momento mais lindo que eu presenciei dos dois foi quando a Melinda e o Teodoro se conheceram. Cara, não tem coisa mais linda do que os seus filhos se conhecerem, olhar aqueles dois serzinhos ali e falar: olha, vocês são irmãos! Eu me emociono só de falar. Eu me lembro que eu estava muito ansiosa de saber o que ela iria sentir quando me visse com o Teodoro. Pensei que ela poderia pensar: “Pô, legal. Vocês estavam aí, os três, e eu? Quem é esse aí?” Por isso, combinei com o Michel que a gente não ficaria com ele no colo. Colocamos ele no bercinho da maternidade. A ideia era que ela chegasse, e a gente a recebesse, que ela pudesse ter o momento dela. Esses cuidados foram muito importantes, mas do que para ela, foi bom pra mim. O Michel pegou a Melinda no colo e eu avisei a ela que pegaria o Teodoro. Expliquei que o bebê que estava dentro da minha barriga havia nascido. Ela nunca tinha dado nenhum beijo, o primeiro foi no Teodoro neste momento. É lindo ver a construção desse elo, mas atualmente tenho a preocupação de que eles tenham seus momentos separados, que busquem a individualidade de cada um. Esse é o meu novo desafio: preservar a personalidade de cada um.

Thais_Fersoza (Foto: Reprodução/Instagram)

(Foto: Reprodução/Instagram)


Você teve rede de apoio no pós-parto? Alguma amiga, sua mãe ou sogra te acolheram especialmente?
A minha mãe! Ela é maravilhosa. É a minha melhor amiga, minha base, minha estrutura, minha referência, minha heroína. Ela é o máximo! Para mim, ela é o máximo! E é, de fato. Eu sempre soube disso, mas depois que eu virei mãe, mais ainda. Hoje em dia eu não consigo não valorizar cada coisa que ela faz por mim. Bate aquele arrependimento quando na adolescência você deixou de dar valor para algumas coisas, sabe? Todo mundo fala que só quando você for mãe, você vai saber... Fato! Nas duas gestações, minha mãe veio para São Paulo para me ajudar no pós-parto. Ela ficou menos de um mês, confesso que foi o tanto que eu gostaria, mas me ajudou muito. Minha mãe se preocupa em preservar e respeitar o nosso espaço, a minha casa, meu casamento, embora o Michel, várias vezes, fale: “sogra, por favor, venha pra cá”. Eles são muito grudadinhos.

Thais_Fersoza (Foto: Reprodução/Instagram)

(Foto: Reprodução/Instagram)

Se você pudesse dar um conselho para uma mulher que acabou de descobrir que está grávida. O que você diria?
Viva cada momento! Ah, mas a barriga está pesada! Que ótimo. Eu tô cansada! Que bom! As costas estão doendo? Sim, doem mesmo. O pé está inchado? Calma, vai voltar! Só vai melhorar, está tudo bem! Sim, são coisas que a gente tende a falar, eu também ouvi muitos desses conselhos, e na hora, parasse que não faz tanto sentido, mas depois que passa, você fica com aquela saudade... Eu vivi as minhas duas gestações muito intensamente. Eu fiquei com um mega barrigão mesmo. Eu valorizava, colocava um vestido bem justinho para ele aparecer ainda mais. O segredo é curtir cada segundo, cada detalhe, a preparação, deixe que aquilo tome conta de você, sem pressa, sem cobrança. Depois passa, já foi, e fica só a saudade e as lembranças.

Você teve algum sintoma de baby blues ou de depressão pós-parto?
Não, mas depois da gravidez do Teodoro, eu tive um momento de reflexão, de tentar me conhecer novamente. Eu não sabia sentar em uma cadeira sem ter barriga nem andar em um corredor sem ficar desviando para não esbarrar nas coisas. Eu também não sabia puxar uma gaveta sem calcular a distância e até que tipo de roupa usar, já que durante dois anos, eu usei apenas as de gestante. Durante um tempão, eu ainda me sentava à mesa com a cadeira bem longe. Tive que parar, olhar no espelho e refletir: “OK, essa é a Thais de agora. Ela tem dois filhos. O que ela veste, como ela anda...”.

Quais são os desafios na educação da Melinda e do Teodoro?
Eu sou incansável na educação deles. Eu gosto de me dedicar, para mim, é um prazer. Eu brinco que eu durmo com o marido e acordo com os filhos. Como o Michel tem uma rotina muito noturna, inúmeras vezes, eu durmo 2h30 com ele e acordo às 7h com as crianças. Eu não abro mão de pegar os dois no berço de manhã. É o nosso momento. Eu pego um, troco, dou o leite. Eu pego o outro, faço a mesma coisa. A gente senta juntos e toma café, enquanto isso, o Michel chega para nos fazer companhia. Eu gosto e escolhi isso para mim. A minha profissão me permite isso. Eu sei que não é a realidade da maioria das pessoas, mas justamente por eu ter tido esse privilégio, eu gosto de usufruir dele.

Thais_Fersoza (Foto: Reprodução/Instagram)

(Foto: Victor Gomes)


E planos para o futuro?
Profissionalmente, eu estou com gás novo. Gostei muito de apresentar e é uma coisa que eu quero investir. Durante 23 anos, eu me escondi atrás de uma personagem. Eu sempre fui atriz desde os 12 anos. Eu já estou com 35. Então, eu descobri uma paixão em apresentar, justamente pelo canal. Uma paixão de poder ser eu mesma, de me expressar, de olhar para a câmera, de olhar para os olhos das pessoas, de trocar ideias. O livro foi uma grande realização, apesar de nunca ter pensado nisso. Pessoalmente, estou muito realizada. Hoje, antes de sair de casa, Melinda me disse: “Mamãe, vai com Deus. Bom trabalho. Te dou notícias. Eu só quero saúde para poder viver intensamente isso. Eu amo isso. A maternidade é uma grande paixão para mim. E não importa se estou cansada ou não, depois que a gente se abraça, conversa, para mim, já está tudo certo. Depois, se der, a gente tira um cochilinho.

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