• Fernanda Carpegiani
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Bebê, sustentando corpo; sorriso; desenvolvimento (Foto: Thinkstock)

O bebê da sua amiga tem a mesma idade que o seu, já abriu um sorrisão e está sustentando a cabeça. Como o seu ainda não chegou nem perto disso, a pergunta é inevitável: “será que a demora é normal?”. Estas comparações com outras crianças de nosso convívio social, quando somadas à ansiedade de ver o bebê sentar sozinho, falar papai e, finalmente, chegar aos primeiros passinhos, podem causar preocupações nos pais, especialmente os de primeira viagem. Mas se tem uma coisa que você precisa ter em mente é que, quando o assunto é desenvolvimento, o melhor mesmo é ir com calma.

A psicóloga Márcia Fiori, coordenadora da empresa especializada em berçários CEDUC, explica que os marcos comuns do desenvolvimento se combinam com diferenças individuais e contexto familiar para guiar as conquistas do bebê. “Cada bebê tem o seu ritmo, por isso é muito importante que os pais consigam enxergar as pequenas evoluções da criança”.

Cada etapa do desenvolvimento do seu filho é valiosa e gostosa de ser curtida. Por isso, é fundamental se informar sobre as mudanças mais significativas pelas quais seu bebê vai passar nos primeiros seis meses de vida.

Os dois primeiros meses: reflexo puro

Imagina passar um tempão dentro de um lugar escuro e agora ter que se acostumar com a luz e com todas as cores e formas reveladas por ela? É exatamente assim que acontece com o bebê, que no começo de vida, só consegue focalizar o que está a aproximadamente 30 centímetros de seu rosto (mais ou menos a distância entre o seio e o rosto da mãe). Ele vai se sentir atraído por objetos com cores vibrantes – por exemplo, um móbile – desde que eles estejam dentro de seu campo de visão restrito. Já seus movimentos são basicamente reflexos. Pode ser que ele coloque a linguinha para fora ao ver que você faz o mesmo, ou mexa os braços e os pés, mas isso não é consciente. Conforme se aproxima dos dois meses, a tendência é que o bebê consiga fixar os olhos no rosto de quem estiver interagindo com ele e acompanhar também com os olhos objetos que se movem em sua frente.

Dos 3 aos 4 meses: “gugu dadá”

Nessa fase, é provável que ele já consiga erguer a cabeça quando alguém o chamar e sustentá-la com alguma segurança. As mãos e os pés se movimentam com bastante vigor e ele vai se interessar cada vez mais por formas, cores e barulhos. É a partir deste momento que ele começa a ter consciência de que é um ser individualizado, separado da mãe. Vai entender que aquilo que ele vê mexendo para lá e para cá são suas mãos e pernas. Com mais consciência corporal, vai conseguir segurar os objetos com firmeza e levá-los a boca. Em relação à comunicação, é aqui que surgem as vocalizações ou sons guturais, como “gugu”, “agu”, “aba”. Aproveite essa descoberta deliciosa para bater bastante papo com o seu filho. Não se surpreenda se ele soltar uma gargalhada. Geralmente, esta nova reação é uma resposta ao carinho que ele recebe.

Dos 5 aos 6 meses: mais independência motora

No início do quinto mês, o bebê já tem mais coordenação motora para sentar com apoio, ficar de bruços e se apoiar nos braços. O tronco se eleva, um ensaio para que ele consiga adquirir mais independência. Aos 6 meses, se você colocar um brinquedo por perto, é bem provável que ele role para alcançar o objeto. A evolução natural disso é engatinhar (o que normalmente ocorre aos 8 meses). Por conta desta mobilidade, é preciso atenção redobrada para evitar que ele se machuque ao rolar pela cama ou pelo sofá. Outro cuidado é com os objetos que estão perto dele, pois nessa fase de exploração, seu filho vai querer levar tudo à boca, abrir gavetas e levantar tapetes para ver o que tem embaixo. A comunicação fica mais avançada, já que ele já reconhece o próprio nome, vira-se quando é chamado e presta atenção no seu tom de voz. Isso quer dizer que é aqui que ele começa a entender que quando fez algo de que você não gostou, vai ficar mais séria. Que tal aproveitar essa consciência para reforçar o aprendizado dos limites? Eles serão importantes para o resto da vida da criança.