• Malu Echeverria
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O cheiro do filho torna a mãe mais protetora, de acordo com estudo (Foto: Thinkstock)

O cheiro do filho torna a mãe mais protetora, de acordo com estudo (Foto: Thinkstock)

Você também adora cheirar o seu bebê a toda hora? Pois saiba que existe uma explicação fisiológica para essa "mania de mãe". De acordo com uma pesquisa da Universidade de Montreal, no Canadá, o cheiro do filho fortalece o vínculo entre ele a mãe, além de torná-la mais protetora. Ao comparar a atividade cerebral de mães com o de outras mulheres enquanto ambas tinham de cheirar pijamas de recém-nascidos, os cientistas perceberam que as áreas ativadas eram diferentes. Nas primeiras, a reação acontecia no centro de recompensa, como ocorre após saciarmos a fome. Como tal circuito tem o objetivo de reforçar comportamentos essenciais para a nossa sobrevivência, como a alimentação, os pesquisadores concluíram que o aroma da “cria” desperta na mãe o instinto de proteção.

O psicobiólogo Ricardo Monezi, especialista em medicina do comportamento da Unifesp, não se surpreende com o resultado. “Ao longo de nove meses, enquanto a criança é gestada, o organismo da mãe também é programado para se vincular ao bebê, tanto do ponto de vista físico quanto psicológico”, afirma. O que vai se refletir no aspecto social, ou seja, na relação entre mãe e filho que será construída após o nascimento. Tamanha é a importância do olfato para a formação do vínculo, segundo Monezi, que ambos reconhecem o cheiro um do outro – o que também já foi comprovado cientificamente. “A habilidade é necessária para que ela saiba quem é o filho e onde ele está, assim como se ele está bem, visto que algumas doenças alteram o suor e o hálito, por exemplo, interferindo no odor”, explica o psicobiólogo. Não é à toa, portanto, que o hábito de cheirar os filhotes esteja presente em outros mamíferos na natureza, como cães e gatos. Agora você tem mais uma desculpa para fungar o seu também!