• Malu Echeverria
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Amamentar na primeira hora que o bebê nasce é fundamental para mãe e filho (Foto: Thinkstock)

Amamentar na primeira hora que o bebê nasce é fundamental para mãe e filho (Foto: Thinkstock)

Logo depois do parto, desde que as condições de saúde da mãe e do bebê sejam boas, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que o recém-nascido seja colocado no peito da mãe. Conhecida por amamentação na primeira hora de vida, a prática está associada à maior duração do aleitamento materno, como mostra um estudo feito pela escola de enfermagem da Universidade Vanderbilt (EUA), e também à redução das mortes infantis, especialmente em países em desenvolvimento. “Isso porque, nesse contato pele a pele, o bebê sente o cheiro e escuta os batimentos cardíacos da mãe, que é familiar para ele, o que favorece o reconhecimento e a formação do vínculo entre ambos”, diz a pediatra neonatal Lilian Sadeck, do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas de São Paulo.

Ela conta ainda que, não raro, a criança procura o seio materno nesse momento, assim como acontece com outros mamíferos. Mas vale lembrar que nem sempre o bebê mama efetivamente ou em grande quantidade nessa posição – e está tudo bem. “Até porque a apojadura (descida do leite materno), geralmente, acontece entre o terceiro e o quinto dia depois do parto”, explica a consultora de amamentação Bianca Balassiano Najm, da Posso Amamentar, no Rio de Janeiro (RJ). Antes disso, o seio produz o colostro, substância rica em proteínas e anticorpos, também chamado de “a primeira vacina do bebê”, segundo a especialista.

A indicação para a amamentação na primeira hora de vida independe da via de parto, ou seja, tanto os bebês que nasceram de cesárea quanto os de parto normal devem ter a oportunidade de se aconchegar à mãe assim que chegam ao mundo. No entanto, uma revisão de estudos da Fundação Oswaldo Cruz (RJ) demonstra que o parto cirúrgico é um dos principais obstáculos para o primeiro aleitamento. “Quanto mais alerta mãe e bebê estiverem logo após o parto, melhor. Ocorre que, tanto as intervenções médicas, como medicamentos e a urgência na checagem (ou reanimação) do bebê, quanto a falta de mobilidade previstas na cesárea podem comprometer o processo”, afirma Bianca. Por isso, a especialista aconselha que as gestantes conversem sobre o desejo de amamentar logo após o nascimento do bebê com a equipe médica ainda no pré-natal. Assim, eles podem decidir juntos, por exemplo, que o bebê será examinado ali mesmo, no colo materno.

Você sabe o que é o método canguru?Os benefícios do contato pele a pele são comprovados diariamente nas UTIs neonatais por meio do consagrado método canguru. Criado há cerca de 30 anos, esse tipo de assistência neonatal consiste em algo simples: o recém-nascido é colocado sobre o peito do pai ou da mãe o maior tempo possível. Hoje, pesquisas científicas mostram que, além de aquecer e acalmar o bebê, a prática estabiliza o batimento cardíaco da criança, reduz o risco de infecção hospitalar e, ainda, favorece a amamentação.
Fonte: Ministério da Saúde