• Vanessa Lima
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Tainá Müller (Foto: Tainá Müller, atriz,  mãe de Martin, 2 anos (Foto: Henrique Sauer))

Tainá Müller, atriz, mãe de Martin, 2 anos (Foto: Henrique Sauer)

A base da vida. Assim a amamentação é definida na edição de 2018 da Semana Mundial do Aleitamento Materno, celebrada de 1 a 7 de agosto. A campanha deste ano, criada pela Aliança Mundial para Ação em Aleitamento Materno (Waba), foca no poder do leite materno para combater a fome e promover a saúde. Sim, o alimento ideal para os bebês é também o mais democrático deles, já que é igualmente produzido por mulheres pobres, ricas, famosas, anônimas, negras, brancas, orientais… Um suporte essencial para o começo da vida – qualquer vida.

O objetivo da #SMAM18 é reforçar a mensagem de que a amamentação pode ser a chave para prevenir todas as formas de desnutrição, garantir a segurança alimentar, mesmo em tempos de crises, e quebrar o ciclo de pobreza. Exceto por questões pontuais, a maior parte das mulheres pode e deve amamentar seu bebê por 2 anos ou mais, segundo as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Nem sempre é fácil

E não param de surgir estudos comprovando os benefícios, tanto para o bebê como para a mãe. Uma pesquisa divulgada em junho deste ano, por exemplo, feita pelo Hospital Kaiser Permanente, na Califórnia (Estados Unidos), com mais de 4 mil mães, sugeriu que o aleitamento reduz os riscos de a mulher desenvolver diabetes do tipo 2 (versão mais comum da doença, geralmente causada por má alimentação) depois de ter diabetes gestacional. Outra, da Universidade de Virgínia (Estados Unidos), descobriu que crianças alimentadas com leite materno têm 50% menos chance de sofrer morte súbita (durante o sono, que ocorre por causas desconhecidas).

Porém, é preciso lembrar que nem sempre é tranquilo começar a amamentar, como mostram os filmes e as propagandas. “Há quem sofra com o ajuste da pega do bebê, que pode causar fissuras e machucados nos mamilos. Até a regulação da produção e das mamadas, os ductos mamários podem entupir, provocando dor e febre”, explica a enfermeira obstetra Silvia Briani, consultora de amamentação do grupo Mamatoto Parteiras Urbanas (SP). Tem também a questão emocional. “Algumas mães se desesperam quando cai a ficha de que há um recém-nascido em casa, sem hora certa para dormir ou mamar, com direito a choro e cólicas”, completa. Sendo assim, procurar ajuda é fundamental!

Elas levantam a bandeira

Engana-se quem pensa estar sozinha nesse barco! Até mesmo aquelas cercadas de cuidados enfrentam desafios ao amamentar seu bebê. Para lembrar disso, CRESCER reuniu, nesta reportagem, depoimentos de mães famosas, que reforçam a importância da amamentação sempre que têm a oportunidade. 

Tainá Müller, atriz, mãe de Martin, 2 anos

Tainá Müller (Foto: Tainá Müller, atriz,  mãe de Martin, 2 anos (Foto: Henrique Sauer))

Tainá Müller, atriz, mãe de Martin, 2 anos (Foto: Henrique Sauer)

“A amamentação não foi tranquila para mim por, pelo menos, dois meses. Meu filho nasceu prematuro, o que dificultou a pega e me fez usar um bico de silicone. O acessório foi ótimo nos primeiros 20 dias e depois me prejudicou. Acabei tendo uma candidíase mamária [infecção por fungo], que me levava às lágrimas a cada mamada. Quase desisti. Depois de inúmeras consultoras e médicos, pomadas e remédios mil, um mastologista me deu uma fórmula tão óbvia que me fez até desconfiar: elimine tudo, as pomadas, as bombas, as conchas e até o sutiã. Use apenas o próprio leite para hidratar a área e tome sol. Quanto mais natural, melhor. Índia mesmo. Pronto, em dois ou três dias as dores tinham passado e a amamentação finalmente engrenou. Segui amamentando por 1 ano e 3 meses e confesso que ainda sinto saudades daquela conexão única e mágica. A natureza levou milhões de anos para evoluir até aqui. Levo esse parâmetro para tudo o que tem a ver com essa fase inicial do bebê – e tem dado certo.”

Juliana Didone, atriz, mãe de Liz, 3 meses

Juliana Didone (Foto: Juliana Didone, atriz, mãe de Liz, 3 meses (Foto: Arquivo pessoal))

Juliana Didone, atriz, mãe de Liz, 3 meses (Foto: Arquivo pessoal)

“Fiz um curso de amamentação antes da Liz nascer, para entender mais sobre a pega correta, a frequência das mamadas, essas coisas. Me ajudou bastante, mas a prática ainda é o melhor aprendizado. Nas primeiras vezes em que ela mamou, eu senti muita dor, você vai até a Lua e volta. Aí a gente lembra da dor da contração, pensa que vai passar – e passa. É só nos primeiros dias, mas o ruim é que você sente essa dor muitas vezes ao dia e já está frágil. Então, a bola de neve só vai crescendo. A notícia boa é que, depois de 15 dias, não mais. Juro! Chamei uma consultora de amamentação depois para tirar dúvidas e conversar. Ter uma rede de apoio é importantíssimo. Liz é um bebê que mama muito, ela é grande! E a troca  de olhares e o contato entre as nossas peles…
É muito gostoso.”

Mariana Bridi, atriz, mãe de Aurora, 3 anos, e de Valentim, 2 meses

Mariana Bridi (Foto: Mariana Bridi, atriz, mãe de Aurora,  3 anos, e de Valentim, 2 meses (Foto: Rafael Cardoso))

Mariana Bridi, atriz, mãe de Aurora, 3 anos, e de Valentim, 2 meses (Foto: Rafael Cardoso)

“A amamentação do Valentim está sendo mais fácil. Por mais que meu peito tenha machucado um pouco, não doeu como foi com Aurora. Na vez dele, senti nos primeiros cinco dias e depois me acostumei. Ele mama muito e está bem gordinho. A Aurora mamou 3 anos e 2 meses, então, tive um espaço de apenas 5 meses sem amamentar. Na vez dela, meu peito ficou muito ferido, tive de usar aquele bico de silicone, mas, como ela mamava muito, machucou a boca dela e precisei tirar. Fiquei em pânico. Lembro do Rafa [Rafael Cardoso, ator e marido de Mariana] ajoelhado na minha frente, dizendo ‘Vamos que dá, estou contigo’. E foi passando, mas é um processo doloroso. Ela era mais delicada e ficava horas no peito. Ele é esganado, resolve a vida rápido. É muito gostoso, é o momento de contato, de olho no olho. Com a Aurora, fomos colocando algumas regrinhas, tirando algumas mamadas, até que finalmente tiramos a da noite. Eu já estava supergrávida e meu seio doía bastante. Acho que ela viu isso e ficou com dó de mim [risos]. Resolveu que, para ela, já estava bom e parou de mamar de uma maneira muito tranquila. Foi muito bonito. Com ele, pretendo fazer o desmame natural. Vamos ver como vai ser, cada criança é de um jeito. Vou deixar que ele mostre o ritmo.”

Aline Dias, atriz, mãe de Bernardo, 9 meses

Aline Dias (Foto: Aline Dias, atriz, mãe de  Bernardo, 9 meses (Foto: Clicks da Nina))

Aline Dias, atriz, mãe de Bernardo, 9 meses (Foto: Clicks da Nina)

“Quando engravidei, não pensei muito no aleitamento. Li algumas coisas, mas no dia a dia é diferente. Vi que poderia ter me preparado mais. Fui pega de surpresa várias vezes na amamentação, uma parte muito delicada da maternidade. Depois de quatro dias amamentando, meu peito estava muito inchado. Comecei a achar que o bebê não estava satisfeito, porque ele acordava de hora em hora. Pedi ajuda a uma enfermeira da maternidade em que ele nasceu para me ensinar a liberar o leite, que jorrava. Eu chorei um pouco de dor e de emoção, porque tinha muito! É uma dádiva. Foi marcante. Eu queria viver esse momento incrível de aproximação entre mãe e filho. É difícil no início. Amamentei até os 5 meses exclusivamente, quando fui escalada para uma novela e precisei de um reforço, ainda que extraísse leite para ele. Tem o momento em que a gente se separa. Mesmo que esta não seja mais a fonte principal de alimentação, amamento até hoje. Ele mama com menos frequência e, por isso, a produção caiu, mas não estou me cobrando. Fui até onde minha vida permitiu. Vejo meu filho saudável, comendo, e isso me satisfaz. Mas é muito gostoso saber que ele ainda gosta de mamar e do meu colo, desse amor, desse contato, desse vínculo, que é para sempre.”

Gostou? Na edição de agosto da CRESCER tem mais depoimentos de celebridades sobre amamentação. Corra até a banca mais próxima ou acesse a versão digital pelo aplicativo Globo Mais. Não perca!

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