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Uma mãe de primeira viagem passou por momentos bem difíceis durante a gravidez. Diagnosticada com câncer de pele, ela, que estava fazendo acompanhamento médico, decidiu adiar sua cirurgia para remoção do tumor para dar à luz seu filho com segurança. Agora, ela busca conscientizar as pessoas sobre os riscos da doença. 

Muitas vezes, alguns sinais acabam passando despercebidos. Foi o aconteceu com a empresária Rachael Rollisson, 32, da Inglaterra. Ela notou uma marca do lado direito de sua testa em 2015, porém, pensou que era apenas um sinal de nascença, informou o Daily Mail.  As primeiras preocupações vieram, de fato, quando ela percebeu que a marca estava ficando branca enquanto ela fazia exercício.

Mãe adia cirurgia para remover tumor até dar à luz  (Foto: Reprodução Daily Mail )

Mãe adia cirurgia para remover tumor até dar à luz (Foto: Reprodução Daily Mail )

"Quando engravidei no ano passado, eu realmente comecei a notar uma diferença – começou a parecer mais proeminente mesmo quando eu não estava me exercitando e parecia maior nas bordas, então estava crescendo", lembra ela, que logo foi consultar um especialista. No início de 2021, uma verruga suspeita nas costas de sua mãe foi diagnosticada como câncer de pele de baixo grau, o que também encorajou Rachael a verificar sua marca.

Após fazer os exames, Rachael descobriu que estava com um carcinoma basocelular, que é um tipo de câncer de pele mais comum, porém, o menos agressivo. A gestante ficou em choque, principalmente porque ela tomava muito cuidado com o sol e sempre usava protetor solar. 

Cicatriz de cirurgia  (Foto: Reprodução )

Cicatriz de cirurgia (Foto: Reprodução )

Como não queria fazer nada que comprometesse sua gestação, Rachael decidiu esperar pela cirurgia, que fez no Hospital Solihull, no dia 15 de janeiro, quatro meses depois de dar à luz seu filho, James, com o marido Adam, 33. Com intuito de alertar as pessoas sobre os riscos do câncer de pele, a própria empresária compartilhou algumas fotos de como ficou sua testa após a cirurgia. "Eu não pensei que seria uma cirurgia tão grande, então quando eu saí, eu estava muito chateada porque a cicatriz era muito grande, mas estou aliviada por estar livre agora."

Durante sua gestação, ela ficou bem apreensiva com medo de que o tumor crescesse ainda mais. "Mas definitivamente valeu a pena ter meu bebê aqui e saudável e nós dois estamos bem agora", disse ela. Depois de sua experiência assustadora, ela alerta que 'pode acontecer com qualquer um' e espera encorajar as pessoas fazerem exames de rotinas para verificar qualquer anormalidade. “É assustador porque mostra que realmente pode acontecer com qualquer um, mesmo que você não seja um fã de sol". 

Câncer de pele

De acordo com o Ministério da Saúde, o câncer de pele é um tumor que atinge a pele, sendo o câncer mais frequente no Brasil e no mundo. É mais comum em pessoas com mais de 40 anos e é considerado raro em crianças e pessoas negras. Causado principalmente pela exposição excessiva ao sol.

O câncer de pele acontece  quando as células se multiplicam sem controle e pode ser classificado de duas formas:

Câncer de pele melanoma: tem origem nas células produtoras da melanina, substância que determina a cor da pele, e é mais frequente em adultos brancos;

câncer de pele não melanoma: mais frequente no Brasil, responsável por 30% de todos os casos de tumores malignos registrados no País.

Câncer de pele melanoma
Pode aparecer em qualquer parte do corpo, na pele ou mucosas, na forma de manchas, pintas ou sinais. No caso de pessoas de pele negra, ele é mais comum nas áreas claras, como palmas das mãos e plantas dos pés

Esse é o tipo mais grave, devido à sua alta possibilidade de provocar metástase (disseminação do câncer para outros órgãos). No entanto, o prognóstico desse tipo de câncer pode ser considerado bom se detectado em sua fase inicial.

Câncer de pele não melanoma

O câncer de pele não melanoma, mais comum no Brasil, tem alta chance de cura, desde que seja detectado e tratado precocemente. Entre os tumores de pele, o não melanoma é o mais frequente e de menor mortalidade, mas pode deixar mutilações bastante expressivas se não for tratado adequadamente.

O câncer de pele não melanoma apresenta tumores de diferentes tipos. Os mais frequentes são:

O carcinoma basocelular, o tipo de câncer de Rachael. Ele é o mais comum e também o menos agressivo: se caracteriza por uma lesão (ferida ou nódulo), e apresenta evolução lenta. 

O carcinoma epidermoide: também surge por meio de uma ferida ou sobre uma cicatriz, principalmente aquelas decorrentes de queimadura. A maior gravidade do carcinoma epidermoide se deve à possibilidade de apresentar metástase (espalhar-se para outros órgãos).

Como identificar o câncer de pele?

Os principais sintomas do câncer de pele são:

Manchas pruriginosas (que coçam), descamativas ou que sangram.

Sinais ou pintas que mudam de tamanho, forma ou cor.

Feridas que não cicatrizam em 4 semanas.

Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, o câncer de pele ocorre principalmente nas áreas do corpo que são mais expostas ao sol, como rosto, pescoço e orelhas. Se não tratado adequadamente, pode destruir essas estruturas. Assim que perceber qualquer sintoma ou sinal, procure o mais rapidamente o profissional de saúde especialista para confirmar o diagnóstico e iniciar o tratamento.

Como prevenir o câncer de pele?

A principal orientação para a prevenção do câncer de pele é evitar a exposição ao sol, principalmente nos horários em que os raios solares são mais intensos (entre 10h e 16h), bem como utilizar óculos de sol com proteção UV, roupas que protegem o corpo, chapéus de abas largas, sombrinhas e guarda-sol.

Como tratar o câncer de pele?
A cirurgia é o tratamento mais recomendado para tratar o câncer de pele para a retirada da lesão, que, em estágios iniciais, pode ser realizada em nível ambulatorial (sem internação). Em casos mais avançados e para o câncer de pele melanoma, o tratamento vai variar de acordo com tamanho e estadiamento do tumor, podendo ser indicadas, além de cirurgia, a radioterapia e a quimioterapia, conforme cada caso.

Vale lembrar que a gestante que tem câncer deve ser acompanhada com muito cuidado por uma equipe de especialistas multidisciplinar, tanto de obstetra como de oncologistas, que em conjunto irá decidir o que fazer em cada caso. 

No caso das sessões de quimioterapia, o obstetra Wagner Hernandez explica que quando uma mulher gestante faz tratamento contra o câncer existem vários fatores para definir se ela deve seguir com a quimioterapia ou não. Caso a vida da gestante esteja em risco, os especialistas podem optar por seguir com o tratamento.

No entanto, o médico ressalta que nem toda a quimioterapia vai acarretar em prejuízos, pois isso depende muito do tipo de medicação aplicada e também da fase gestacional da mulher. "Geralmente, no período inicial, em que se tem a formação do bebê, medicações quimioterápicas são mais arriscadas, podendo acarretar em aborto espontâneo e malformações. Por isso, tudo  tem que ser ponderado. Geralmente, acontecem reuniões multidisciplinares dos obstetras e oncologistas para tentar identificar se deve ou não seguir com a medicação e que tipo de medicação deve ser utilizada", explica o obstetra.

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