Saúde
Flurona: "Dois vírus ao mesmo tempo não é sinônimo de gravidade", tranquiliza infectologista
Com a nova onda de covid e o surto de Influenza, muitas pessoas têm sido diagnosticadas com os dois vírus ao mesmo tempo. A infecção ganhou até nome: Flurona. Mas será que é motivo de preocupação? Especialistas explicam!
2 min de leituraVocê já deve ter ouvido a palavra "Flurona" por aí. O nome vem da junção de Influenza + coronavírus. O pediatra e neonatologista Nelson Douglas Ejzenbaum, membro da Academia Americana de Pediatria, explica: "Flurona nada mais é do que a junção de duas viroses ao mesmo tempo, ou seja, quando uma pessoa contrai a gripe H3N2 e covid ao mesmo tempo".
Segundo o infectologista pediátrico Eitan Berezin, presidente do depamento de infectologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP), estamos enfrentando um novo surto de covid, em função da variante Ômicron e, ao mesmo tempo, da Influenza, com a circulação, principalmente, da cepa H3N2, conhecida como Darwin. "Então, com isso, temos visto alguns casos de Flurona, em que uma pessoa contrai, ao mesmo tempo, Influenza e covid", disse.
Flurona: devemos nos preocupar?
Apesar de assustar, segundo Nelson Ejzenbaum, ainda é cedo falar sobre a gravidade em crianças. "Ainda não temos discrição sobre os casos. Em algus deles, pode evoluir para um quadro grave, mas, em outros, não. Existe potencial para ser grave, mas vai depender de cada organismo", afirmou. Já Eitan Berezin tranquiliza: "O fato de encontrarmos dois vírus em um paciente não é algo novo, isso já ocorre há muito tempo, inclusive com outros vírus. E nunca foi demonstrado que isso aumenta a gravidade da doença. É só uma coincidência, uma concomitância, mas não torna a infecção mais grave do que a habitual".
De qualquer forma, por enquanto, a melhor forma de se proteger, segundo os médicos, é a vacinação. "As crianças e as gestantes devem ser vacinados. É importante que as grávidas estejam vacinadas, pois elas protegerão a si mesmas, além de fornecerem uma proteção adicional aos bebês. A vacinação das crianças já começou para grupos específicos, mas quando iniciarem as aulas é muito importante que as crianças também sejam imunizadas. Além disso, deve-se continuar usando máscaras, evitar aglomerações e comemorações com muitas pessoas, pois é nesse tipo de evento que acontecem as contaminações", alertou Eitan.
Vacinas x proteção
Em relação a Influenza, por ser recente, a vacina atual da gripe fornece uma proteção contra essa nova cepa, mas não de forma completa. Em entrevista à CRESCER, a pediatra e neonatologista Vanessa Mouawad, explica que a vacina disponível na campanha de imunização de 2021 se mostrou capaz de promover "uma certa proteção contra a influenza H3N2, mesmo sem ter a cepa Darwin na sua composição". Ou seja, confere uma proteção cruzada (quando o imunizante foca em neutralizar um vírus, mas consegue neutralizar outro) contra a cepa Darwin em testes de laboratório justamente por conter uma cepa H3N2, da mesma origem. "Mas é uma imunidade relativa. No entanto, já sabemos que a vacina deste ano, que está sendo produzida, virá com essa atualização", tranquiliza.
Já em relação a Ômicron, o objetivo agora é inunizar os pequenos para que estejam protegidos contra a nossa variante. Na última semana, o Ministério da Saúde recebeu a primeira remessa de doses para crianças de 5 a 11 anos. Nesta segunda-feira (17), alguns estados, como São Paulo, já darão início a imunização. O estado paulista começará vacinando aqueles com comorbidades, com deficiências, além de indígenas e quilombolas.