• Sabrina Ongaratto
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Estefany Castro, do Rio de Janeiro, levou um susto há poucos dias. Ao tirar o tênis da filha de 1 ano e 11 meses, notou que os dedos de um pé estavam roxos, e dentro do sapato havia um gongolo, um bicho semelhante a uma minhoca ou centopéia. "Entrei em desespero", lembra. Depois de consultar um médico, a menina iniciou um tratamento. Doze dias depois, a pele ainda não sarou completamente. Assustada, a mãe decidiu fazer um alerta para outros pais nas redes sociais. "Tomem muito cuidado com esse bicho", pediu.

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O post compartilhado no dia 30 de agosto teve 90 mil compartilhamentos em apenas um dia. Veja, abaixo, parte do relato:

"No dia 19, coloquei o tênis na minha filha e ela foi brincar normalmente, como sempre faz. Só que antes, eu não olhei dentro do tênis pra ver se tinha algo, porque nunca aconteceu de ter algo dentro. Ela ficou com o tênis da 11h às 15h, foi quando reclamou que tinha um bicho dentro. Quando tirei, a meia dela estava toda manchada, parecia sangue. E dentro do tênis estava esse bicho! Rapidamente, tirei a meia e vi que o pé dela estava desse jeito. Entrei em desespero! Logo lavei com água e sabão e essa 'tinta' do pé dela não saia de jeito nenhum. Então, corri para o hospital com ela. A pediatra aplicou um antiparasitário e disse que essa tinta iria sumir. No sábado, dia 21, não satisfeita, mandei mensagem para a dermatologista. Ela disse que teria que cuidar direitinho da ferida, pois esses bichos soltam uma substância que queima a pele e essa secreção que eles soltam necrosa a pele. Entrei em desespero novamente, pois nunca imaginei que esse bicho fazia isso. Estou cuidando direitinho, pois ainda não melhorou 100%. A dermatologista informou que está tudo dentro do esperado, que essa parte preta irá escamar e, provavelmente, a unha dela vai cair, mas, graças a Deus, está tudo bem. Estou fazendo esse alerta, para que sempre antes de colocar um tênis ou sandália fechada, principalmente em crianças que tem a pele mais fina, mais sensível do que a de um adulto, olhem, batam o tênis no chão, prestem muita atenção antes de calça-los. Por favor tomem muito cuidado."

Pé do bebê ficou roxo após contato com gongolo (Foto: Reprodução Facebook/Elder Puggina/Flickr)

Pé do bebê ficou roxo após contato com gongolo (Foto: Reprodução Facebook/Elder Puggina/Flickr)

Sobre o gongolo

Estefany mora em casa e disse que já tinha visto o bicho, mas nunca dentro de um sapato. "Agora, antes de colocar roupas, sapatos ou qualquer coisa, eu sempre olho tudo. Principalmente na hora de dormir", afirmou.

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Segundo o pediatra André Pacca Luna Mattar, membro do Departamento de Emergência Pediátrica da Sociedade de Pediatria de São Paulo, o gongolo, conhecido popularmente como piolho-de-cobra, é bastante comum em jardins, fazendas, áreas sombreadas e embaixo de folhas. "Ele não pica, não injeta veneno, mas tem um pigmento que é depositado na pele e pode deixá-la com essa colorações por meses", disse. "Em um artigo brasileiro, foi relatado que um acidente em que um homem pisou em um desses bichos em dezembro e em agosto, ainda estava com a lesão. Normalmente, o que é característico é uma dor leve ou a inexistência de dor. Às vezes fica esse aspecto mais arroxeado e, outras vezes, amarronzado. A orientação é buscar atendimento médico, pois pode fazer diferença se houver, eventualmente, uma alteração vascular ou necrose tecidual, mas, em geral, os fluxos arteriais, os pulsos são todos preservados. Costuma ser benigno e a evolução é boa, mas, na dúvida, busque atendimento médico", concluiu.

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À esquerda, o pé logo após o contato com o bicho e, à direita, doze dias depois (Foto: Arquivo pessoal)

À esquerda, o pé logo após o contato com o bicho e, à direita, doze dias depois (Foto: Arquivo pessoal)