• Crescer
Atualizado em
As crianças precisam fazer testes regulares de covid, por conta da volta às aulas? (Foto: Getty Images)

Criança fazendo teste de covid-19 (Foto: Getty Images)

Um estudo publicado nesta terça-feira (6) na JAMA Pediatrics, aponta que a maioria dos casos de síndrome inflamatória grave nos Estados Unidos, a chamada Síndrome Inflamatória Multissistêmica (SIM-P), está ligado a casos leves ou assintomáticos de covid-19.

O levantamento, conduzido pelo Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA é o maior já feito sobre o assunto até hoje. Foram analisados quase 1.800 casos relatados ao CDC de março de 2020 até meados de janeiro. A maioria era de crianças com menos de 15 anos, mas o estudo incluiu pessoas até 20 anos.

"Acredita-se que a maioria das doenças MIS-C [sigla em inglês para Síndrome Inflamatória Multissistêmica] resulte de covid-19 assintomático ou leve, com hiperinflamação coincidindo com o pico de produção de anticorpos várias semanas após a infecção inicial por SARS-CoV-2", diz o estudo.

LEIA TAMBÉM: Síndrome Inflamatória Multissistêmica e pulmões comprometidos: estudo mostra diferenças entre as duas principais complicações da covid-19 em crianças

De acordo com o levantamento, os picos de MIS-C seguiram de perto os picos de covid-19 e a propagação da pandemia das comunidades urbanas para as rurais, ocorrendo em geral em um intervalo de 2 a 5 semanas após os picos do coronavírus. “A associação geográfica e temporal de MIS-C com a pandemia de covid-19 sugeriu que MIS-C resultou de respostas imunológicas retardadas à infecção por SARS-CoV-2”, diz o estudo.

As manifestações mais comuns da inflamação foram sintomas gastrointestinais, erupções cutâneas e problemas cardiovasculares, e a maioria dos pacientes precisou de cuidados intensivos (cerca de 60%).

+ Mãe alerta sobre síndrome multissistêmica no filho, um mês após covid-19: 'Não tinha ideia do que estava acontecendo'

Outro dado importante, em comparação com pacientes de idade mais avançada, é que os pacientes de 0 a 4 anos tiveram menos complicações cardiovasculares e menos admissões para terapia intensiva. “Embora MIS-C nesta faixa etária pareça mais leve, os pacientes ainda tiveram um curso mais grave em comparação com a doença de Kawasaki, com a qual MIS-C pode ser facilmente confundido. Cerca de 38% dos pacientes com MIS-C nessa faixa etária desenvolveram hipotensão ou choque e cerca de 44% foram internados para terapia intensiva”, diz a análise.

“O desenvolvimento de marcadores laboratoriais ou métodos de diagnóstico para distinguir MIS-C da doença covid-19 grave e outras condições hiperinflamatórias, como a doença de Kawasaki, é fundamental para o diagnóstico e tratamento precoce e imediato. À medida que a pandemia de covid-19 se espalha, causando um terceiro pico e uma transmissão mais sustentada nos Estados Unidos, os médicos devem manter um alto índice de suspeita de MIS-C para diagnosticar e tratar prontamente esses pacientes”, conclui o levantamento.

Quer ter acesso a conteúdos exclusivos da ​Crescer? É só clicar aqui e assinar!​