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Menino usando máscara  (Foto: Getty Images)

Menino usando máscara (Foto: Getty Images)

Um novo estudo publicado na última quarta-feira (17) sugere que a agilidade do sistema imunológico das crianças é a responsável por proteger os pequenos do novo coronavírus. A pesquisa foi liderada pelo Murdoch Children's Research Institute (MCRI) e publicada na Nature Communications. O estudo envolveu uma análise de amostras de sangue de 48 crianças e 70 adultos em 28 domicílios de Melbourne, na Austrália. Todas as pessoas avaliadas haviam sido infectadas ou ao menos expostas ao novo coronavírus. 

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As respostas imunológicas foram monitoradas durante a fase aguda da infecção e até dois meses depois. “As crianças têm menos probabilidade de se infectar com o vírus e até um terço delas é assintomática, o que é muito diferente da maior prevalência e gravidade observada em crianças para a maioria dos outros vírus respiratórios”, diz a pesquisadora Melanie Neeland.

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Mas por que a reação das crianças diante do novo coronavírus pode ser tão diferente da dos adultos? Segundo explica a especialista, a infecção por coronavírus em crianças foi caracterizada pela ativação de neutrófilos, o glóbulo branco especializado que ajuda a curar tecidos danificados e resolve infecções, e uma redução nas células imunológicas de primeira resposta, como monócitos, células dendríticas e células assassinas naturais do sangue. "Isso sugere que essas células imunológicas, que lutam contra infecções, estão migrando para os locais de infecção, eliminando rapidamente o vírus antes que ele tenha a chance de realmente se instalar. Isso mostra que o sistema imunológico inato, nossa primeira linha de defesa contra germes, é crucial para prevenir a covid-19 grave em crianças. É importante ressaltar que essa reação imunológica não foi replicada entre os adultos no estudo", afirma.

A pesquisa conclui que, embora as crianças tenham sido infectadas com o coronavírus, elas foram capazes de criar uma resposta imunológica que foi altamente eficaz em impedir a replicação do vírus, o que significa que algumas delas sequer tiveram um teste positivo, ou apresentaram apenas sintomas leves.