• Sabrina Ongaratto, do Home Office
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Sabará: aumento de 90% de crianças com covid em um mês (Foto: Divulgação)

Sabará: aumento de 90% de crianças com covid em um mês (Foto: Divulgação)

No último mês, o Brasil, assim como diversos outros países do mundo, presenciou um crescimento no número de pessoas contaminadas pelo coronavírus. O Sabará Hospital Infantil, especializado no atendimento pediátrico em São Paulo, também identificou um aumento no número de crianças com sintomas da covid. “Em relação aos testes para SARS-CoV-2, entre os exames coletados durante outubro, tivemos 53 amostras positivas, enquanto em novembro foram 101, o que representa um aumento de 90%”, explicou o gerente médico e infectologista Francisco Ivanildo Oliveira.

Segundo o especialista, diferentemente do que se acreditava, as crianças não estão contraindo covid nas escolas. "A grande preocupação com a reabertura presencial das escolas era de que elas contraíssem o vírus dos colegas e levassem para casa. No entanto, o que observamos é exatamente o contrário: a criança deixa de ir para a escola preventivamente, mas acaba pegando do pai, da mãe ou de um dos avós, em casa. Pegam de seus familiares", explica. "Também não adianta levar a criança para a escola e achar que somente os cuidados que as instituições de ensino estão tomando são suficientes. Isso não é verdadeiro. Se a família se propõe a levar o filho para a escola, ela deve fazer sua parte e reduzir a sua própria probabilidade de se contaminar. Não adianta as escolas tomarem os devidos cuidados, se, no final de semana, os pais vão para uma festa ou a reuniões na casa de amigos. O problema está acontecendo fora das escolas", enfatizou.

O infectologista explica que o aumento não deve ser motivo de alarde geral, mas, sim, de reforçar a adoção das medidas de prevenção da doença entre crianças e adultos. Como a pandemia já se prolonga por meses, uma das estratégias mais eficientes para viabilizar o convívio social é a formação de "bolhas sociais". De acordo com ele, é uma maneira de minimizar o risco de transmissão da doença, pois, se ocorrer uma infecção, ela permanece na bolha e não será transmitida a outras pessoas. Por isso, é importante evitar contatos desnecessários, como participação em festas e eventos com pessoas que não fazem parte da sua bolha social. “A bolha social é ampliada a partir do momento em que tiramos as crianças de casa ou se os pais participam de atividades sociais. Por isso, o retorno às aulas deve ser encarado com toda atenção. Além disso, é importante salientar que a vida na escola não traz apenas benefícios de aprendizados, mas também psicológicos e de socialização. Dessa maneira, seguir todos os protocolos de saúde para evitar contaminação tanto entre as crianças como nos profissionais da educação é fundamental”, afirma Francisco.

SEGURANÇA NA ESCOLA E NO HOSPITAL

O Sabará Hospital Infantil desenvolveu, em parceria com algumas escolas, um protocolo de cuidados para a retomada das aulas, chamado Sabará nas Escolas, que fornece orientação aos pais, alunos e cuidadores durante a pandemia. “Como não somos educadores de crianças e adolescentes, temos capacidade limitada para avaliar todas os aspectos operacionais e logísticos das atividades executadas em uma sala de aula ou escola. Entretanto, esse é um trabalho em conjunto, desenvolvido a partir das diretrizes nacionais e internacionais com especialistas, educadores e os pais para minimizar os riscos de contaminação”, explica o infectologista. Segundo o hospital, trata-se de um programa que qualquer escola pode contratar e que oferece um serviço de Telemedicina para os alunos, além de uma consultoria de cuidados de volta as aulas para professores e profissionais da escola. Faz parte um material informativo para os pais, outro específico para as crianças e um protocolo de cuidados para as escolas.

Para manter todas as diretrizes exigidas durante a pandemia, o Sabará também definiu protocolos de segurança em todas as áreas de atendimento para que haja o máximo de segurança para os pacientes, visitantes e cuidadores. Entre eles estão o fluxo diferenciado de atendimento e admissão dos pacientes no Pronto-Socorro, separando-os por respiratório e não respiratório, o procedimento seguro para cirurgias eletivas, elevadores exclusivos para uso de pacientes cirúrgicos, a limitação de visitantes e acompanhantes da criança nas áreas de internação, o seguimento do cuidado por Telemedicina, entre outras iniciativas.