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Colo traz sensação de aconchego da vida intrauterina (Foto: Getty Images)

Colo traz sensação de aconchego da vida intrauterina (Foto: Getty Images)

Colo demais estraga! Se você é pai ou mãe de um bebezinho, provavelmente já ouviu essa frase algumas vezes. Mas, afinal de contas, o que dizem os especialistas? Justamente o contrário. “Bebês precisam ser carregados no colo e receber muito carinho. É diante do nosso toque e aconchego que geramos conforto e segurança afetiva para as crianças. O afeto oferecido a elas na primeira infância irá delinear sua personalidade e servirá como efeito protetor contra doenças como a ansiedade e a depressão”, afirma Márcia de Freitas, médica pediatra e neonatologista da Sociedade de Pediatria de São Paulo.

Por que eles amam?

É simples: o colo recorda aquela sensação boa de aconchego da vida intrauterina. Além de gerar calor, proximidade e segurança, a pele a pele resgata um som já muito conhecido pelos bebês: as batidas do coração da mãe. A especialista também reforça que o choro é a principal forma de comunicação de um bebê. E oferecer colo como resposta para esse serzinho que ainda não sabe que saiu do útero é tudo o que ele mais quer e precisa naquele momento.

Outro detalhe, é que os bebês são seres extremamente sensoriais. “A pele é o maior órgão do corpo humano. Em consequência disso, o tato é o primeiro sentido a se desenvolver, sendo de grande importância para o crescimento da confiança e autoestima da criança”, explica Márcia de Freitas.

Uma das provas dessa eficiência é o conhecido método canguru, um tipo de assistência neonatal que estimula o contato pele a pele para que o bebê sinta o cheiro e o calor da mãe. Criado na Colômbia na década de 1980, no Brasil o método virou Norma de Atenção Humanizada ao Recém-Nascido de Baixo Peso, de acordo com orientação do Ministério da Saúde.

Em estudo mais recente, publicado em 2018, pesquisadores da Universidade de British Columbia, no Canadá, concluíram que o toque influencia o desenvolvimento do DNA. O grupo avaliou 94 bebês com cinco semanas de vida e pediu que os pais monitorassem o comportamento dos pequenos, assim como a quantidade de tempo que passavam no colo. O resultado? As crianças mais angustiadas e com menos tempo de contato físico eram como se tivessem uma idade genética mais atrasada.

“Traumas emocionais que acontecem na infância, como a falta de afeto e carinho dos pais, são mais determinantes nas dificuldades de relacionamentos que os adultos podem apresentar ao longo da vida e, entre eles, destacam-se a insegurança, medo de ser rejeitado e a baixa autoestima”, completa a pediatra.

5 mitos e verdades quando o assunto é colo

1. Mito: colo deixa o bebê mal-acostumado
“Bebês precisam ser carregados no colo, receber muito carinho, serem ninados, acariciados e massageados. É diante do nosso toque e aconchego que geramos conforto e segurança afetiva para as crianças. Não confunda carinho com superproteção e dê muito colo para os seus filhos”, recomenda a médica pediatra e neonatologista da Sociedade de Pediatria de São Paulo.

2. Verdade: facilita a amamentação
A proximidade entre mãe e filho eleva, em ambos, os níveis de ocitocina – um hormônio relacionado à redução do estresse e que também ajuda a elevar a produção de leite materno.

3. Mito: colo de mãe é mais importante que o de pai
Os dois colos são igualmente importantes. “O pai deve estar inserido em todos os processos de cuidado do filho. Os benefícios dessa presença são inúmeros, representando segurança e sendo uma figura essencial para o desenvolvimento emocional da criança”, conclui Márcia de Freitas.

4. Verdade: acalma mamães e bebês
Uma pesquisa realizada por cientistas do Sistema Nacional de Saúde da Criança, nos Estados Unidos, apontou que os níveis de estresse e tensão de mamães que tinham seus bebês internados na UTI neonatal caíam consideravelmente ao segurá-los no colo. Os bebês, por sua vez, ficam com sua frequência cardíaca mais estável quando em contato com a pele da mãe.

5. Mito: as crianças não largam o colo sozinhas
Conforme ganham confiança e independência para explorar o mundo com seus pequenos passinhos, a frequência de colo começa a diminuir naturalmente – isso costuma acontecer entre os 2 e 3 anos. A partir dessa idade, os pais devem estimular a autonomia dos pequenos. Converse, ouça, abrace, beije e nunca negue colo em situações de tristeza.