• Amanda Oliveira
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A auxiliar de recursos humanos Maria Luiza Cassiano Lopes, 26 anos, sempre quis ser mãe, mas não imaginava que a maternidade chegaria de uma forma tão inesperada. No início de fevereiro, ela conta que sentiu fortes cólicas e, após chegar à emergência do hospital, recebeu a notícia surpreendente que estava grávida e mais: seu bebê estava prestes a nascer!

O pequeno Davi chegou ao mundo pouco tempo depois, no dia 6 de fevereiro, com 2,950 kg, 49 centímetros e uma curiosa história para contar no futuro. "Tenho uma gratidão enorme à Deus, pois renasci quando ele nasceu! Ele é meu milagre. Agradeço todos os dias pela nossa vida!", disse ela, que é de Monte Azul Paulista, interior de São Paulo, em entrevista à CRESCER. 

Maria Luiza com o filho, hoje com 7 meses  (Foto: Arquivo Pessoal )

Maria Luiza com o filho, hoje com 5 meses (Foto: Arquivo Pessoal )

Vida normal

Sem saber que estava grávida, Maria Luiza disse que viveu a vida normalmente, não teve enjoo e nem sentiu o bebê mexer. Ela conta que só sentiu os pés inchados em um dia de muito calor. "Comia de tudo, nunca fiquei enjoada, nunca vomitei", lembra.

Na época, ela também tomava anticoncepcional. "Eu tomava por 21 dias seguidos e pausava sete. Nesse meio tempo de pausa do remédio, vinham alguns escapes de sangue", disse. Sem suspeitar que um bebê estava à caminho, Maria Luiza continuou sua rotina de atividades físicas, porém, parou quando começou a ficar sem tempo. "Fiz tatuagem, fui para um parque aquático e desci de tobogã, fui em festa de casamento, dancei bastante, bebi também. Fiz uma viagem de ônibus em que andei bastante e, inclusive, ele podia ter nascido lá", revelou.

Maria Luiza com 7 meses  (Foto: Arquivo Pessoal)

Maria Luiza com 7 meses de gravidez (Foto: Arquivo Pessoal)

Bebê surpresa

Foi, então, que no dia 4 de fevereiro, uma quinta-feira, Maria Luiza começou a sentir uma cólica forte, mas como não era algo raro, não se preocupou. No entanto, no dia seguinte, a dor continuou e ela decidiu ir ao hospital. "Quando o médico começou a me examinar e apertar a minha barriga, ela começou a inchar, foi quando ele me encaminhou para o hospital da cidade ao lado, dizendo que eu estava grávida e com dois centímetros de dilatação. Porém, o bebê havia feito cocô, então já havia passado da hora de nascer", lembra.

O bebê nasceu em 6 de fevereiro  (Foto: Arquivo Pessoal )

O bebê nasceu em 6 de fevereiro (Foto: Arquivo Pessoal )

Maria Luiza foi transferida para o hospital de Bebedouro, cidade a 17 km de onde ela mora. Na unidade de saúde, ela passou por uma triagem. "Eu já estava bastante assustada e com muita dor. A dor aumentava a cada minuto. Fiz o exame do toque e já estava com 8 centímetros de dilatação", recorda. 

Com medo, ela acabou optando pela cesárea e o pequeno Davi nasceu por volta da meia-noite — menos de três horas depois de saber que estava grávida. "Confesso que foi um susto descobrir que estava grávida, principalmente pelo histórico da gestação que tive, a preocupação de tudo que eu havia feito... Foi um mix de sensações, um pouco de desespero, preocupação, mas é como dizem: 'Quando nasce um filho, nasce uma mãe'. Essa frase é totalmente verdade", declarou. 

Após o parto, mãe e filho ainda ficaram internados por uma semana e fizeram todos os exames necessários. Felizmente, deu tudo certo! "Hoje, o Davi está com 5 meses, muito esperto e saudável. Eu acho que criei um instinto que não sabia que tinha. Estou superfeliz com essa nova fase", finalizou. 

Maria Luiza uma semana antes de dar à luz  (Foto: Arquivo Pessoal )

Maria Luiza uma semana antes de dar à luz (Foto: Arquivo Pessoal )

Gravidez enigmática

"Gravidez enigmática" é o nome dado aos casos em que a mulher não sabe que está grávida e só descobre a gestação apenas nas semanas finais ou quando já está em trabalho de parto, como aconteceu com Maria Luiza. De acordo com o ginecologista e obstetra Gabriel Costa, da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia), a menstruação irregular é um dos motivos que podem dificultar que a mãe identifique a gestação, uma vez que a falta dela não causa desconfiança. Pequenos sangramentos também podem ocorrer durante a gestação e serem confundidos com a menstruação.

Pode ainda acontecer de a mulher não sentir a criança mexendo quando ela, inconscientemente, nega a gravidez. "Existem casos em que ela até sente, mas atribui isso a outros fatores, como um movimento do intestino, por exemplo”, explica o ginecologista e obstetra Alexandre Pupo Nogueira, do Hospital Sírio Libanês (SP).

Em relação ao tamanho da barriga, o obstetra Domingos Mantelli, colunista da CRESCER, diz que não há regra. "A circunferência da barriga varia e é definida de acordo com o tamanho do bebê, o volume de líquido amniótico e o ganho de peso da gestante", afirmou.

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