• Juliana Malacarne
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Mãe e filha se abraçam (Foto: Thinkstock)

Mãe e filha se abraçam (Foto: Thinkstock)

Que mãe de primeira viagem não gostaria de ter uma bola de cristal para saber o que vai acontecer durante o parto e a gravidez? Enquanto dar uma espiada no futuro não é possível, as mães podem contar com a ciência para matar um pouco dessa curiosidade. Estudos já mostraram que o histórico familiar é um bom lugar para começar, já que diversas condições que interferem na gestação são hereditárias. Ou seja, a gravidez da sua mãe pode dar algumas pistas do que acontecerá na sua! Veja três casos em que isso é verdade e dois que são mitos:

Depressão pós-parto

De acordo com um estudo da Universidade de Cardiff, cerca de 42% das mulheres com histórico de depressão na família, tiveram depressão pós-parto depois do nascimento do primeiro filho, comparado com 15% das gestantes que não tinham parentes próximos afetados pela doença. A pesquisa, que coletou dados de 240 mulheres, concluiu também que o pico da depressão-pós parto costuma ocorrer entre a sexta e oitava semana depois do nascimento do bebê. Mesmo que haja predisposição, Luiz Fernando Leite, médico do obstetra do Hospital e Maternidade Santa Joana, ressalta que o apoio familiar é essencial para aliviar os sintomas. “Se a mulher tiver um companheiro participativo e uma rede de apoio, esse período se torna menos exigente emocionalmente e as chance de a doença se manifestar ficam menores”.

Diabetes gestacional

O alto nível de açúcar no sangue é um problema que pode afetar qualquer gestante, mas os fatores de risco incluem estar acima do peso, ter mais de 35 anos e ter algum membro próximo da família, como a mãe, com diabetes do tipo 2. Uma meta análise de 2016 mostrou que gestantes com algum parente próximo com diabetes do tipo 2 tinham 3.5 vezes mais risco de desenvolver diabetes gestacional. Apesar de a genética ser um fator relevante nesses casos, existam atitudes que podem ajudar na prevenção da doença.

Gravidez de gêmeos

Se sua mãe teve gêmeos fraternos, você tem o dobro de chance de também ser presenteada em dose dupla. Isso acontece porque diferente dos gêmeos idênticos – que vem de um único óvulo e espermatozoide – os gêmeos fraternos vem de dois óvulos e dois espermatozoides, o que significa que no ciclo reprodutivo em que ocorreu a fecundação, a mulher produziu mais de um óvulo. Essa característica é conhecida por hiperovulação, uma condição que em vários casos é hereditária.

MITOS

Parto prematuro

De acordo com Leite, os casos em que o parto prematuro está ligado a questões hereditárias ocorrem quando a mulher tem um útero infantil - má formação congênita que faz com que o órgão não se desenvolva plenamente. Porém, eles são muito raros e na imensa maioria dos casos o parto prematuro está mais ligado a questões externas como ganho de peso durante a gestação e hipertensão do que à genética.

Náuseas intensas

Enjoos e até mesmo vômitos, são sintomas normais na gravidez. Porém, quando eles passam a atrapalhar a rotina da gestante de uma maneira que ela não consegue mais beber nem comer e começa a ter problema como desidratação, o quadro é chamado de hiperemese gravídica. Segundo Leite, em sua experiência clínica, ele não viu nenhum caso em que mais de uma mulher da mesma família sofresse com a condição e que os estudos que parecem indicar isso são feitos com uma amostra muito pequena. Apesar de não existir maneira de prever se os sintomas aparecerão, algumas atitudes podem aliviá-los.

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