• Juliana Malacarne
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ácido fólico (Foto: Shutterstock)

Grãos como feijão fradinho e lentilha são ricos em ácido fólico (Foto: Shutterstock)

Se você ficou grávida ou pretende engravidar, provavelmente já ouviu falar em ácido fólico. Essa vitamina do complexo B, também chamada de folato, é essencial para o desenvolvimento do sistema nervoso do feto e ajuda a prevenir problemas como a espinha bífida (má formação da espinha dorsal) e a anencefalia (ausência total ou parcial do encéfalo). Porém, os pesquisadores do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos, descobriram que não é só isso! Segundo os cientistas, o ácido fólico desempenha papel fundamental também no funcionamento metabólico do feto.

O estudo, publicado no jornal científico Jama Pediatrics, descobriu que quando a mãe ingere níveis adequados de folato durante a gravidez, o filho tem menos chance de ter obesidade infantil. Essa relação se mostrou ainda mais significativa quando a mãe tem sobrepeso ou obesidade.

Os pesquisadores analisaram a saúde de mães com, em média, 28 anos, e seus filhos, de 2 a 9 anos, em uma região de baixa renda da cidade de Boston (EUA) e com alta porcentagem de obesidade. Utilizando dados de antes e depois dos nascimentos, eles concluíram que os menores níveis de ácido fólico nas gestantes estavam ligados a maior porcentagem de crianças obesas.

Quando analisaram mães obesas, os benefícios foram ainda mais claros: os filhos dessas mulheres tiveram 43% menos chance de desenvolver obesidade em gestações com níveis adequados de ácido fólico.

O estudo concluiu que o folato traz esse tipo de vantagem metabólica quando a sua concentração no sangue atinge até 20 nanomol por litro. O curioso é que, atualmente, o valor de referência considerado minimamente seguro pelos médicos para o bom desenvolvimento do bebê é bem menor: 10 nanomol de ácido fólico por litro. Essa grande diferença nos valores fez com que os estudiosos propusessem, no fim da pesquisa, a criação de uma recomendação ideal e não mínima do nutriente.

No Brasil, costuma-se seguir a recomendação dos centros de pesquisas americanos: ingestão 400 mcg de ácido fólico por dia durante um mês antes de tentar engravidar e também no primeiro trimestre de gestação.

De acordo com a nutricionista Aline Massari Tono, do Hospital Infantil Dr. Jeser Amarante Faria (SC), apesar de a suplementação ser recomendada, há diversos alimentos que apresentam índice elevado de folato e que podem ser consumidos pelas gestantes, como feijão, lentilha, ervilha, frutas cítricas, carne vermelha e vegetais escuros. “Manter uma alimentação rica em ácido fólico durante toda gravidez é importante para garantir o desenvolvimento adequado do feto”, afirma.

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