• Agência Brasil
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Parto natural ou induzido? (Foto: Thinkstock)

Com o objetivo de diminuir o número de cesáreas na rede privada, a Agência Nacional de Saúde (ANS) criou o programa Parto Adequado para conscientizar as operadoras de planos de saúde sobre a importância da promoção de partos normais.

A iniciativa já conta com o engajamento de 127 hospitais e 62 operadoras. Para se credenciar ao programa é preciso disponibilizar infraestrutura para o parto normal e material orientando médicos e gestantes sobre a escolha do modelo de parto. Os resultados obtidos pelos articipante no aumento das taxas de parto normal são coletados e analisados.

De acordo com a ANS, em 2017, quando foi implementada a segunda fase do programa, o número de partos normais cresceu 6,3%. Entre as mulheres nos 127 hospitais participantes do projeto, o percentual de partos vaginais chegou a 47%.

As cesáreas desnecessárias acabam tendo efeitos negativos para a recuperação tanto da mãe quanto do bebê. “O que acontece na cesárea desnecessária? Ela é marcada antes do trabalho de parto. A mãe não está preparada, o bebê não está preparado. O pós-operatório da mãe é muito pior do que se ela tivesse um trabalho de parto, e um parto normal”, disse a coordenadora do projeto, no hospital Albert Einstein, Rita Sanchez. A instituição é um dos parceiros na construção da iniciativa.

A médica destacou que, segundo a OMS, o número de partos nos quais a cesárea seria o método mais indicado é de cerca de 15%. No entanto, ela afirmou que esse percentual chega a 85% na rede de saúde privada. “A OMS preconiza que nós precisamos só de 15% de cesáreas. Existem várias publicações novas e várias discussões chegando em torno de 20% e 25% como patamar razoável.”

O diretor do Institute for Healthcare Improvement, Paulo Borem, disse que, durante a implementação, do projeto a equipe constatou que, pelo lado das gestantes, é o próprio desenho do sistema de saúde que impulsiona a preferência pelos partos cesárea.

“Percebemos que, na verdade, a maioria das gestantes do início da gestação queriam o parto vaginal, mas mudavam a cabeça a partir do primeiro contato com o sistema de saúde. Como o sistema de saúde foi, ao longo dos anos, sendo desenhado para entregar cesarianas, o sistema de saúde não quer assistir um parto vaginal, porque incomoda toda a estrutura que foi criada em torno da cesariana”, afirmou.

selo app crescer (Foto: Crescer)

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