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Para acelerar o nascimento do bebê, alguns médicos ainda recorrem à Manobra de Kristeller, técnica que traz riscos para mãe e filho (Foto: Thinkstock)

Para acelerar o nascimento do bebê, alguns médicos ainda recorrem à Manobra de Kristeller, técnica que traz riscos para mãe e filho (Foto: Thinkstock)

Polêmica, a manobra de Kristeller está, aos poucos, deixando de ser utilizada nas maternidades brasileiras. Já proibida em diversos países, a técnica, considerada uma forma de violência obstétrica, pode prejudicar tanto a mãe quanto o bebê.

Em janeiro de 2017, a Maternidade Mãe Esperança, em Porto Velho, recebeu uma recomendação do Ministério Público Federal (MPF) e do Ministério Público de Rondônia (MP/RO) para que não recorra à técnica nos partos realizados naquela unidade de saúde. Isso ocorreu depois da denúncia de uma mãe que deu à luz na maternidade na véspera do Natal de 2015. Na recomendação, o procurador da República Raphael Bevilaqua e a promotora de Justiça Lisandra Vanneska Santos ressaltam que, além dos riscos à mãe e ao bebê, o uso deste procedimento inadequado pode implicar na responsabilização do poder público, inclusive ao pagamento de indenização por danos. Caso a instituição não cumpra a recomendação, o Ministério Público poderá adotar providências judiciais.

Manobra de Kristeller: entenda o que é

Segundo pesquisa da Fundação Perseu Abramo, 25% das gestantes brasileiras relatam ter sofrido violência obstétrica - parte delas devido à Manobra de Kristeller, que já foi banida pelo Ministério da Saúde e pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A técnica é agressiva: consiste em pressionar a parte superior do útero para facilitar (e acelerar) a saída do bebê, o que pode causar lesões graves, como deslocamento de placenta, fratura de costelas e traumas encefálicos. A polêmica está na força aplicada na barriga da mãe: alguns médicos empurram com as mãos, braços, cotovelos e até joelhos. No Guia dos Direitos da Gestante e do Bebê, publicado pelo Ministério Público, Ministério da Saúde e Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), é estabelecido que  que “não se deve jamais empurrar a barriga da mulher para forçar a saída do bebê (manobra de Kristeller) porque isso expõe a mulher e o bebê a riscos”.

Todas as maternidades que recebem a recomendação, entre elas a Maternidade Mãe Esperança, devem afixar cartazes informando que a manobra de Kristeller não deve ser realizada e que o parto humanizado é reconhecido como direito das gestantes. Devem, também, capacitar suas equipes médicas para cumprir as regras.

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