• Sabrina Ongaratto, do Home Office
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Dória reafirmou importância do isolamento social em SP (Foto: Reprodução Facebook)

Dória reafirmou importância do isolamento social em SP (Foto: Reprodução Facebook)

A coletiva que reuniu o governador de São Paulo João Dória e o prefeito da capital paulista Bruno Covas, nesta sexta-feira (27), foi realizada no Estádio do Pacaembu, onde está sendo montado um hospital de campanha para atender pacientes suspeitos do novo coronavírus. Dória iniciou sua fala criticando a conduta do presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, e pediu para as pessoas seguirem as orientações da quarentena. "Nesse momento, a hashtag que salva vidas é #fiqueemcasa", afirmou. Antes de passar a palavra, o governador anunciou que o estado fará o repasse de R$ 50 milhões para a prefeitura na próxima segunda-feira (30) para cofinanciar os hospitais de campanha.

Bruno Covas afirmou que o dinheiro será utilizado para a construção de leitos nos hospitais de campanha montados no Estádio do Pacaembu e no Anhembi. "A previsão inicial seriam de 2 mil leitos. Agora, são mais 100. Também teríamos mais 490 leitos de UTI, somados aos 507 que já tinhamos na capital. Mas, agora, no total, serão acrescentados 725 leitos de UTI", anunciou. 

"A gente segue, sim, a recomendação da ciência, do necessário a ser feito para reduzir mortes de paulistanos. Seguimos com a consciência tranquila de que estamos fazendo o que é o certo. As obras começaram no sábado (21), já são seis dias, e a previsão é de que na quarta-feira (1), o hospital já esteja em funcionamento. Estamos nos preparando para a terceira fase, que é a explosão dos casos e é para isso que esses leitos serão utilizados", disse Covas. "Aqui, no Pacaembu, vão trabalhar 520 profissionais de Saúde com toda a infraestrutura necessária. No Anhembi, teremos algo em torno de 1 mil e cem profissionais", completou o Secretário Municipal de Saúde, Edson Aparecido.

NÚMERO DE CASOS 

O secretário de saúde do estado, José Henrique Germann, atualizou o número de casos. Enquanto no Brasil, são 2.915 casos confirmados, São Paulo possui 1.223. "Ontem tinhamos 1.052 casos confirmados. De ontem para hoje tivemos um acréscimento de 14%. São Paulo tem uma taxa de crescimento menor que a curva do Brasil. Para se ter uma ideia, em 15 de março, eram 152 casos no estado e, no dia 25, subiu para 862, um crescimento de 467%. Mas, no mesmo período no Brasil, esse crescimento foi de mais de 900%. O que eu quero dizer com isso é que as medidas tomadas pelo Governo do Estado estão corretas. Estamos no caminho certo", afirmou. Quanto aos pacientes graves, são 70 em UTIs.

O secretário também comentou sobre o comportamento do vírus em relação ao clima. "Nós estamos acompanhado, desde o início da epidemia, os números de São Paulo e comparando com a incidência de casos no Brasil e em outros países. Notamos que do Hemisfério Norte para o Sul, não houve modificação do vírus. Ele se comportou da mesma maneira no frio e no calor", completou. 

MEDIDAS SURTINDO EFEITO

"Começamos com o potencial de uma pessoa infectada transmitindo para ao menos 5 pessoas, no dia 16, quando as medidas começaram a ser anunciadas e foram implementadas. Já no dia 20, a transmissibilidade reduziu para uma pessoa transmitindo para três e, no dia 25, caiu para duas e meio. Observamos uma queda, resultante do afastamento social. Se continuarmos assim, a curva irá se estabilizar e vamos conseguir atravessar esse período mais crítico", finalizou Dimas Covas, coordenador do CTC-Fapesp-USP.