• Naíma Saleh
Atualizado em
refrigerante_crianca (Foto: shutterstock)

No Brasil, mais da metade da população está acima do peso e uma em cada quatro mulheres são obesas. Esses são alguns dos dados de uma pesquisa inédita divulgada nesta sexta-feira (21) pelo Ministério da Saúde. Trata-se da terceira parte da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que apresenta dados sobre o peso e a pressão arterial dos brasileiros. O levantamento foi realizado em 64 mil domicílios distribuídos em 1.600 municípios por todo o país entre agosto de 2013 e fevereiro de 2014.

Uma questão de peso


Por meio da pesagem e da medida da circunferência, os pesquisadores identificaram que 56,9% dos brasileiros com 18 anos ou mais estão acima do peso, o que representam cerca de 82 milhões de pessoas. Os resultados das mulheres sãos os que chamaram mais a atenção: quase uma em cada quatro mulheres (24,4%) está na faixa de obesidade. Se compararmos com o índice de 2003, que era de 14%, percebemos que, em menos de 10 anos, a taxa de mulheres obesas cresceu 10%. Entre os homens, o percentual de obesos registrados foi menor: 16,8%.

Mas não são apenas os números da balança que preocupam: a quantidade de gordura abdominal, que aumenta os riscos de diversas doenças, como diabetes, também se mostrou um fator que merece atenção. E, novamente, os resultados das mulheres são mais preocupantes: mais da metade dos participantes da pesquisa do sexo feminino (52,1%) apresentaram prevalência superior de obesidade abdominal, com cintura acima de 88 cm, segundo parâmetros da Organização Mundial de Saúde (OMS). Entre os homens, esse número cai para 21,8% - para eles, o padrão que determina uma circunferência aumentada é a medida da cintura acima de 102 cm.

Hábitos alimentares

menino; comida; bolacha (Foto: Thinkstock)

O excesso de peso é proporcional à má-alimentação, com alto consumo de produtos industrializados, e à falta de atividade física. De acordo com os dados, o consumo de alimentos com alto teor de açúcar e gordura começa cedo demais no Brasil: 60,8% das crianças menores de 2 anos comem biscoitos, bolachas e bolos e 32,3% já bebem refrigerantes ou sucos artificiais.

A boa notícia é que, mesmo após os primeiros 6 meses do bebê, período em que é recomendado o aleitamento materno exclusivo, muitas mães continuam amamentando. Segundo os resultados, 50,6% dos bebês entre 9 e 12 meses, o que representava 5,7 milhões de crianças na época em que o levantamento foi feito, ainda são amamentados de forma complementar à alimentação.

Saúde para as crianças


Há motivos para comemorar. De acordo com os dados da pesquisa, 70,8% das crianças com menos de 2 anos fizeram o teste do pezinho e 75,9% delas já haviam tomado as três doses da vacina tetravalente (difteria, tétano, coqueluche e meningite) antes de completar 1 ano. Essa imunização deve ser realizada aos 2, 4 e 6 meses de idade seguindo as diretrizes do calendário de vacinação brasileiro.

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