• Giovanna Forcioni
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Pai tatuado sofre preconceito ao matricular a filha na creche (Foto: Arquivo pessoal)

Pai tatuado sofre preconceito ao matricular a filha na creche (Foto: Arquivo pessoal)

A primeira vez das crianças na escola não costuma ser tarefa fácil - nem para os pais nem para os filhos. No caso de Cauã Carvalho, de 30 anos, a situação foi ainda mais difícil. Se não bastassem as inseguranças com a nova rotina, o professor de história teve de passar por uma situação nada agradável ao fazer a matrícula da filha, de dois anos, na creche. Enquanto esperava para entregar as documentações, ouviu de uma funcionária que a criança não se sentiria à vontade com a presença do pai no processo de adaptação. Cauã acredita que o fato de ser tatuado tenha influenciado o pré-julgamento.

"O estereótipo do meu marido realmente chama a atenção, ele é barbudo e tem várias tatuagens. Acho que por isso a funcionária ficou desconfiada e perguntou o motivo de ele estar ali 'representando' a mãe", explica Maysa Furlani, faturista em uma clínica médica oftalmológica e esposa de Cauã.

O episódio aconteceu no último dia 2 de fevereiro, numa creche da rede municipal de ensino, na Zona Norte de São Paulo. A história, porém, começou pelo menos 18 meses antes, quando o casal inscreveu a filha Elis para a vaga. Segundo Maysa, os pais sempre quiseram que filha estudasse naquela escola, mas a menina só foi chamada para a matrícula depois de um ano e meio de espera e um recurso na Defensoria Pública.

Pai tatuado sofre preconceito ao matricular a filha na creche (Foto: Arquivo pessoal)

Pai tatuado sofre preconceito ao matricular a filha na creche (Foto: Arquivo pessoal)

De acordo com Cauã, no dia da matrícula, ele era o único homem esperando para ser atendido. Depois da funcionária ter sugerido que a criança se sentiria mais confortável em passar pelo processo ao lado da mãe, ele respondeu que era o pai da criança e tinha o mesmo papel da mãe na vida da Elis. 

Mesmo depois do ocorrido, os pais não pediram uma justificativa à funcionária e não consideraram mudar a filha de escola. "Eu não quis tirar satisfação, tive medo de que criassem uma certa antipatia com a minha filha. Nós ficamos chocados num primeiro momento, mas meu marido é professor e sabe que para lidar com esse tipo de situação é preciso ter jogo de cintura", completa Maysa.

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