Novas famílias
Por ser tatuado, pai sofre preconceito ao matricular a filha na creche
Uma funcionária alegou que seria papel da mãe acompanhar a vida escolar da criança. Em entrevista à CRESCER, os pais da menina explicam como tudo aconteceu
2 min de leitura![Pai tatuado sofre preconceito ao matricular a filha na creche (Foto: Arquivo pessoal) Pai tatuado sofre preconceito ao matricular a filha na creche (Foto: Arquivo pessoal)](https://cdn.statically.io/img/s2.glbimg.com/ONAZMp8jj9T2KvdpZTu2Io7eJ-k=/620x480/e.glbimg.com/og/ed/f/original/2018/02/26/whatsapp_image_2018-02-24_at_19.02.48.jpeg)
Pai tatuado sofre preconceito ao matricular a filha na creche (Foto: Arquivo pessoal)
A primeira vez das crianças na escola não costuma ser tarefa fácil - nem para os pais nem para os filhos. No caso de Cauã Carvalho, de 30 anos, a situação foi ainda mais difícil. Se não bastassem as inseguranças com a nova rotina, o professor de história teve de passar por uma situação nada agradável ao fazer a matrícula da filha, de dois anos, na creche. Enquanto esperava para entregar as documentações, ouviu de uma funcionária que a criança não se sentiria à vontade com a presença do pai no processo de adaptação. Cauã acredita que o fato de ser tatuado tenha influenciado o pré-julgamento.
"O estereótipo do meu marido realmente chama a atenção, ele é barbudo e tem várias tatuagens. Acho que por isso a funcionária ficou desconfiada e perguntou o motivo de ele estar ali 'representando' a mãe", explica Maysa Furlani, faturista em uma clínica médica oftalmológica e esposa de Cauã.
O episódio aconteceu no último dia 2 de fevereiro, numa creche da rede municipal de ensino, na Zona Norte de São Paulo. A história, porém, começou pelo menos 18 meses antes, quando o casal inscreveu a filha Elis para a vaga. Segundo Maysa, os pais sempre quiseram que filha estudasse naquela escola, mas a menina só foi chamada para a matrícula depois de um ano e meio de espera e um recurso na Defensoria Pública.
![Pai tatuado sofre preconceito ao matricular a filha na creche (Foto: Arquivo pessoal) Pai tatuado sofre preconceito ao matricular a filha na creche (Foto: Arquivo pessoal)](https://cdn.statically.io/img/s2.glbimg.com/JhqUrvHmnjRFyXbvOUsM0fHy5dE=/620x670/e.glbimg.com/og/ed/f/original/2018/02/26/whatsapp_image_2018-02-24_at_19.02.49.jpeg)
Pai tatuado sofre preconceito ao matricular a filha na creche (Foto: Arquivo pessoal)
De acordo com Cauã, no dia da matrícula, ele era o único homem esperando para ser atendido. Depois da funcionária ter sugerido que a criança se sentiria mais confortável em passar pelo processo ao lado da mãe, ele respondeu que era o pai da criança e tinha o mesmo papel da mãe na vida da Elis.
Mesmo depois do ocorrido, os pais não pediram uma justificativa à funcionária e não consideraram mudar a filha de escola. "Eu não quis tirar satisfação, tive medo de que criassem uma certa antipatia com a minha filha. Nós ficamos chocados num primeiro momento, mas meu marido é professor e sabe que para lidar com esse tipo de situação é preciso ter jogo de cintura", completa Maysa.
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