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Nada como um ano depois do outro (e uma boa conversa). Um ano depois de viralizarem com um vídeo em que aparecem brigando numa festa de aniversário, as irmãs Maria Eduarda, 4, e Maria Antônia, 7, de Pato Branco (PB), puderam finalmente comemorar em harmonia. No último domingo (17), a família fez uma festa para celebrar o quarto ano de vida da caçula e ela pode, finalmente, soprar as velas sem a interferência da irmã. 

Um ano atrás, Maria Eduarda e Maria Antônia viralizaram graças a um vídeo em que as duas apareciam brigando numa festa de aniversário (Foto: Reprodução/Instagram)

Um ano atrás, Maria Eduarda e Maria Antônia viralizaram graças a um vídeo em que as duas apareciam brigando numa festa de aniversário (Foto: Reprodução/Instagram)


"Parabéns, Maria Eduarda! Muita alegria comemorando seus 4 aninhos. Dessa vez, tudo certo, conseguiu apagar sua velinha", escreveu a mãe, Marines dos Santos Fernandes, no perfil em que compartilha a rotina das filhas. 

Dessa vez, Maria Antônia, a mais velha, se segurou para não cometer o mesmo erro do ano passado e deixou a irmã apagar a vela de aniversário três vezes seguidas. Em vídeos que a família publicou nas redes sociais, as duas aparecem juntas, se abraçando e beijando, na festa. "Um ano de maturidade entre irmãs, mostrando que o amor fraternal vence barreiras", disse a mãe. 

O vídeo viral

Em outubro do ano passado, as meninas viralizaram na internet graças a um vídeo em que aparecem brigando na festa de aniversário da caçula. O vídeo começa com uma cena típica de festa de aniversário de criança: a aniversariante, Maria Eduarda, está em frente ao bolo, e a irmã mais velha, Maria Antônia, ao lado, enquanto todos cantam parabéns.

Ao final da música, a caçula se abaixa para apagar as velas, mas a irmã é mais rápida e apaga antes. Decepcionada, a pequena agarra os cabelos da irmã e a briga começa. A mais velha consegue se soltar e "dá de ombros", como se não se importasse com o que fez. Então, de novo, a mais nova revida, agarrando os cabelos da menina. O vídeo termina com a aniversariante tendo um ataque de raiva, gritando e batendo as mãos em si mesma.

As imagens rapidamente se tornaram virais. Em pouco tempo, virou meme e milhares de pessoas passaram a tomar partido, julgar e discutir o comportamento e relação das irmãs: "A mãe tem que ficar atenta porque a Maria Antônia precisa de uma terapia básica porque não é normal esse grau de deboche com a irmã", escreveu uma pessoa. "Eu não achei engraçado o vídeo... É triste ver tão novinha e com um inveja tão grande", disse um homem.

Mãe das meninas pronunciou-se pelas redes sociais (Foto: Reprodução Facebook)

Mãe das meninas pronunciou-se pelas redes sociais (Foto: Reprodução Facebook)

Na época, a família das meninas se pronunciou e disse que a relação entre as duas sempre foi saudável e respeitosa. "Para quem está dizendo que elas se odeiam, logo depois estavam cortando o bolo juntas. Só quem tem irmãos entende", escreveu uma prima das meninas nas redes sociais. À CRESCER, ela comentou: "Infelizmente, muitas críticas", em relação aos comentários nas postagens do vídeo. A mãe das meninas também se pronunciou pelas redes sociais: "Minhas Marias são doces, se amam, não incentivamos violência. A diferença é que criança transborda. Pensa em fazer e faz. Não tem maturidade para analisar, decidir, recuar, como nós adultos na maioria das vezes fazemos. Eu resumiria em uma palavra: ciúme de irmãs, que brigam, mas se entendem. Somente um desabafo de mãe para ficar registrado".

É só ciúmes de irmão mesmo?

Para a psicóloga perinatal e da parentalidade e psicoterapeuta Meyre Laias, um dos maiores desafios dos adultos é lidar com a agressividade infantil. "No vídeo, é possível observar uma frustração muito grande na pequena, mas devemos lembrar que a criança ainda está em desenvolvimento. Então, falta domínino da frustração, falta domínio para lidar com a raiva, com ressentimentos.... São sentimentos que vão levar a criança a uma desorganização, pois ela não tem repertório suficiente para enfrentar e lidar com a própria agressividade", explica.

A especialista dá dicas de como os pais podem ajudar os pequenos a lidar com esses sentimentos. "Nós, como adultos, pais, educadores e responsáveis temos o papel de ensinar a criança a lidar com isso, e devemos fazer de forma muito prática: estabelecer limites claro do que é e do que não é aceitável. Ela precisa aprender a lidar com essa agressividade, que faz parte da nossa vida, mas de uma maneira eficiente, através dos limites claros. Devemos ensiná-las a controlar a agressividade através da fala, do choro, incentivando ela a se posicionar e não expressar esse sentimento com atos agressivos", diz. "Os adultos podem ensinar os filhos a se protegerem, mas não a revidar ou incentivar comportamentos agressivos", completou.

+ Como ensinar seu filho a lidar com a frustração

Além disso, ela lembra que os adultos são os exemplos das crianças. "A criança aprende através da observação. As pesquisas afirmam que a construção emocional e de comportamento veem através da percepção de um ambiente. Então, se conseguirmos promover um ambiente tranquilo, onde ela possa expressar sua alegria e raiva pelas palavras é algo que vai trazer para ela um refúgio. Se o adulto entender isso e conseguir oferecer esse local apropriado para a criança entender sua própria agressividade, ela vai expressá-la de uma forma mais eficiente e saudável", finalizou.

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