• Nathália Armendro
Atualizado em

Depois de mais de 1 ano de pandemia – com os impactos do isolamento e das perdas causadas pela covid-19 –, uma pesquisa aponta que a educação está entre as principais preocupações dos pequenos.

Para as crianças, melhorias na educação devem ser prioridade, diz estudo (Foto: Pexels)

Para as crianças, melhorias na educação devem ser prioridade, diz estudo (Foto: Pexels)

Em sua segunda edição, o estudo “3 coisas que eu quero melhorar no mundo”, feito para o Dia de Doar Kids pela empresa de comunicação Umbigo do Mundo, ouviu 500 crianças e adolescentes de 4 a 21 anos, entre abril e junho de 2021. Os dados foram coletados em questionários online, com a autorização dos pais.

No ranking geral, 12,45% das respostas mencionaram que gostariam de "melhorar a educação e o direito de estudar. E o topo do ranking é unânime em todo o país. “O que se revela com esse resultado, depois de um ano sem aulas ou com uma educação híbrida, é que para as crianças e jovens essa é uma questão estrutural, da qual tudo depende. Revela as dificuldades que eles estão tendo com a ausência da escola, ou com as aulas remotas, a falta de merenda... Esse passou a ser um clamor dos jovens, um grito pela educação, e isso nos diz muito”, explica Marina Pechivanis, fundadora da Umbigo do Mundo e idealizadora da Plataforma de Educação para a Gentileza e a Generosidade (Dia de Doar Kids). Dos entrevistados, 64% frequentam escolas públicas e 36%, escolas privadas.

Na primeira edição da pesquisa, em outubro do ano passado, o combate à violência e a melhora na saúde estavam à frente da questão da educação.

“A primeira resposta é mais espontânea e automática, concreta e visível, revelando inquietações mais imediatas para estas crianças e jovens. Nesse resultado unânime, vemos que há uma compreensão sobre a urgência da educação acima de outras frentes. E um entendimento sobre a vulnerabilidade generalizada da educação, que passa a ser uma questão estrutural para inúmeros outros desafios, como a desigualdade, a pobreza e a fome no país”, diz o estudo.

Já a segunda questão mais relevante mudou de acordo com cada região do país: no Norte, mais respeito e tolerância; no Centro-Oeste e Sul, mais empatia; no Sudeste, mais saúde; e no Nordeste, acabar com a desigualdade.

“Essa edição da pesquisa nos trouxe indicadores importantes para entender como os jovens veem o futuro. Eles estão vendo o caos, pais desempregados, queda na renda familiar... Várias questões que antes pareciam distantes das crianças se aproximaram delas por conta da pandemia. Essa geração trará perspectivas se nós, adultos, soubermos ouvi-los”, defende Marina.

Ideias fora do papel

A partir do resultado da pesquisa, a equipe agora prepara materiais para o apoio de escolas e famílias no trato sobre esses assuntos, que serão abordados na Plataforma de Educação para Gentileza e Generosidade - uma iniciativa que começou como Dia de Doar Kids e se expandiu em menos de dois anos de criação. O site reúne planos de aulas, atividades e dinânicas com foco nos sete pilares do movimento: gentileza, generosidade, solidariedade, sustentabilidade, diversidade, respeito e cidadania.

No último fim de semana, os dados já serviram de inspiração para um grupo de 50 jovens que, divididos em grupos, criaram cinco projetos com entregas práticas a partir da transformação que desejam para o mundo. 

"Tem sido lindo de ver. Eles criaram cartilhas, ebooks, tudo da noite para o dia. Cinco projetos lindos nasceram, de pontos de vista que nós, adultos, não tínhamos percebido. Nos demos conta de como dedicamos pouco espaço a esses jovens, que têm tanto a dizer”, conclui Marina.

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