• Aline Reis
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alfazema (Foto: Divulgação)

(Foto: Divulgação)

O machismo é uma questão delicada e que prejudica tanto meninos quanto meninas. A imposição de padrões sobre como cada um deve agir ou demonstrar seus sentimentos gera muitas frustrações. A masculinidade tóxica é o reflexo desses esteriótipos sobre os garotos, exigindo que eles sejam "machos" e "homens de verdade", reprimindo seus sentimentos e tendo sua vulnerabilidade negada.

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Essa questão é o ponto principal do curta-metragem Alfazema, o trabalho de conclusão do curso de Cinema e Audiovisual do CEUNSP de Salto (SP). A produção conta a história de Théo, um garoto de 12 anos que passa a viver com o pai, após a morte da mãe. O menino tem um grande amor pela arte e pelas flores, gostos que são repudiados por seu pai. Assim, Théo precisa se decidir entre ser quem é, ou ser algo que não gosta, apenas para ser aceito na sociedade.

A história é contada de forma sensível, aproximando o público da realidade de Théo. O projeto está em busca de financiamento no site Catarse até o dia 19 deste mês. Para apoiar, clique aqui.

CRESCER conversou sobre o projeto com o diretor do filme, Vinícius Oliveira. Confira:

Como vocês escolheram o tema do curta? Qual a importância dele?

O tema do Alfazema sempre esteve comigo; muito do que o personagem passa foram coisas que vi acontecer ou coisas que eu passei. Eu percebi que esse padrão de masculinidade tóxica que as pessoas enxergam sempre foi algo que vinha como uma espécie de pressão sobre as crianças. Não se fala muito sobre o machismo sofrido pelos meninos na infância e em como isso afeta a vida adulta e, por isso, esse tema foi escolhido.

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Quais estão sendo as maiores dificuldades durante a execução do projeto?

Geralmente a maior dificuldade é a captação, e por isso recorremos ao Catarse. A resistência ao tema também é uma questão. Também estamos tendo dificuldade em conseguir os direitos da música Alfazema, da banda BaianaSystem. Essa música foi uma grande inspiração para o curta e gostaríamos de usá-la, mas eles não nos notam!

O que vocês esperam conseguir como resultado dessa produção?

O que mais esperamos é expor a importância desse tema. A ideia é ser uma espécie de conforto e conversa para esses infantojuvenis que passam pela mesma situação, mas de uma forma que os pais também possam se identificar. Queremos que haja essa conversa dos pais com os filhos, explicar a eles que não têm problema ser diferente dos amigos da escola, enfim. Queremos fazer uma espécie de crítica, mas com sensibilidade ao mesmo tempo.

A equipe que encabeça o curta é composta por Vinícius Oliveira, Bruno Barbosa, Rachel Aranha, Rafael Tucunduva, Thais Garrido, Julia Portella e Bruna Maria.

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