• Paula Desgualdo
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A animação Divertida Mente estreia nesta quinta-feira (18) nos cinemas (Foto: Divulgação)

A animação Divertida Mente estreia nesta quinta-feira (18) nos cinemas (Foto: Divulgação)

Aos 11 anos, a menina Riley se muda do meio-oeste americano para São Francisco, onde seu pai conseguiu um novo emprego. Diante das adaptações da nova vida, seus sentimentos ficam confusos. Em Divertida Mente, filme da Disney Pixar que estreia no Brasil nesta quinta (18), essas emoções têm nome, forma e personalidade. Alegria e Tristeza se perdem no interior da mente da garota e tentam voltar ao centro de controle, que virou uma bagunça sob o comando do Medo, da Raiva e da Nojinho. As duas passam das mais doces memórias aos medos mais escondidos. E descobrem juntas que toda emoção tem um por quê, até as mais difíceis e dolorosas. Do mesmo diretor de Monstros S.A. e Up – Altas Aventuras, a animação conta uma história sensível e divertida sobre como nos sentimos.

Uma lição sobre a tristeza

Leia entrevista com o diretor Pete Docter e o produtor Jonas Rivera

De onde surgiu a ideia do filme?
Pete Docter: Vendo minha filha crescer. Como pai, eu queria que ela permanecesse jovem e me sentia mal por ela ter de enfrentar dificuldades, queria protegê-la. É mais ou menos isso o que acontece na história.

Como representar a mente de uma menina de 11 anos?
Jonas Rivera:
Não é como Procurando Nemo ou Carros. Você sabe como é um peixe ou um carro, mas qual é a aparência da alegria? Nossa intenção era personificar as emoções e a geografia da mente de uma maneira que ficasse claro para as pessoas. É uma representação da mente, não do cérebro, então, não queríamos que tivesse vasos sanguíneos nem que remetesse à ficção científica. Nos esforçamos bastante para que parecesse a mente de uma menina. Colorida, divertida...

O que vocês esperam que as crianças sintam ou aprendam com essa história?
PD:
Elas estão mais próximas das suas próprias emoções do que os adultos. Nós exibimos o filme para grupos diferentes e as crianças parecem entendê-lo mais instintivamente e profundamente. Isso é interessante. Ao mesmo tempo, não sei se elas estão intelectualmente conscientes das suas emoções. Um dos nossos colegas disse que seu filho estava fazendo aulas de natação e sempre tinha medo de pular do trampolim. Um dia, depois de assistir ao filme, ele pulou e disse ao pai: “Eu senti que o medo estava no comando e pedi para que ele saísse.” Para nós, isso é fantástico. Levar às crianças a consciência de que elas podem lidar com suas emoções.

Existem duas narrativas acontecendo ao mesmo tempo. Como foi contar a história dessa maneira?
PD:
Esse foi um dos maiores desafios enquanto escrevíamos, porque sabíamos que tinha de haver uma história do lado de fora, mas eu continuava sendo levado para dentro, para o que estava acontecendo com a Alegria. A história toda é contada do ponto de vista dos pais. Da mesma maneira que nós amamos e cuidamos dos nossos filhos, a Alegria sente esse amor e essa conexão intensa. E essa é a razão de tudo o que ela faz pela Riley.

Esse é também um filme sobre se permitir ficar triste...
JR:
Sim. Nós, como pais, diríamos sempre “não fique triste”. Isso não está certo. Há um motivo para que elas se sintam tristes. Mas, aparentemente, você só quer que tudo esteja ótimo. Claro que ninguém quer se sentir triste, mas a gente se sente. E você precisa sentir por algum motivo. Isso pareceu muito real para a gente.

Com tablets, cinema 4D e tantos jogos interativos, vocês acham que ainda há espaço entre as crianças para o cinema tradicional?
JR:
O mundo mudou, e a gente vê isso desde o primeiro filme que fez, mas o que nos interessa é contar uma história e fazer filmes. É o que amamos e é sobre o que a gente gosta de falar. Eu não posso imaginar um mundo em não haja espaço para uma boa história.

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