• Giovana Forcioni
Atualizado em

Quem é pai ou mãe sabe muito bem o quanto a clásssica cena da criança esperneando ou se jogando no chão é incômoda e pode gerar conflitos na família. Afinal, o que fazer quando o ataque de birra acontece no meio do supermercado ou mesmo em casa? O melhor é ignorar ou acolher o filho? A mãe Caroline Fuzetti está passando por essa situação com a pequena Ana Clara, de 3 anos: “Minha filha tem picos de raiva e birra. Lidamos com muito diálogo e carinho, mas, ainda assim, ela grita para chamar a atenção quando percebe que não está sendo notada ou precisa fazer algo que não gosta. O que eu faço?”.

Veja, abaixo, as atitudes que outras mães costumam tomar diante do berreiro de seus pequenos e confira a orientação da psicóloga Josiane Andreghetti, de São Paulo, especializada no atendimento de crianças e adolescentes.

Chega de  drama! (Foto: Getty Images)

Chega de drama! (Foto: Getty Images)

Dicas de mães

Exercício de acolhimento
Aqui eu uso a técnica da respiração e do abraço. Chego perto do meu filho, seguro as mãozinhas e olho nos olhos, pedindo para inspirar e expirar devagar, junto comigo. Aos poucos, ele vai se acalmando… Aí me aproximo mais e termino oferecendo um abraço. Dá certo!
Joyce Barreto, mãe de Murilo, 4

Mais atividade física
Meu caçula começou a fazer isso durante a quarentena. Menos tempo em frente às telas e mais exercício físico têm sido os melhores remédios. Agora, está fazendo aula de natação e sei que ainda temos um longo caminho pela frente, mas ele vem melhorando.
Anna Garruba, mãe de Fernando, 12, e Victor, 5

Paciência é o segredo
Quando isso acontece, espero minha filha se acalmar antes de fazer qualquer coisa. Evito conversar com ela no auge do choro. Só depois que já está tranquila, reconheço os sentimentos dela e sento para conversar e explicar sobre os gritos, a birra…
Suzane Alves, mãe de Heloísa, 3

De olho nos sinais
Em casa só aprendemos a controlar a situação quando soubemos reconhecer os gatilhos que desencadeavam a birra. Percebemos que, com a minha caçula, as causas eram sempre sono, cansaço e mudanças de rotina. Hoje, esses episódios quase não acontecem mais, porém estamos sempre prestando atenção.
Carolina Cesario, mãe de Elisa, 6, e Lívia, 4

Palavra de especialista

Questão de tempo
Pode até parecer malcriação, mas acredite: este comportamento é comum entre os 2 e 4 anos. As crianças vão aprendendo, aos poucos, como expressar suas frustrações e angústias. Enquanto isso, para colocar para fora aquilo que não sabem explicar, elas se jogam no chão e esperneiam. Até que seu filho saiba comunicar suas insatisfações, é preciso paciência. Vale investigar se a birra não tem a ver com sono, fome, sede, dor… Ou se há algo por trás, como traumas, mudanças repentinas na rotina ou ansiedade. Se for o caso, procure ajuda profissional.

A tendência é que as birras diminuam com o passar do tempo. Mas, se o pequeno perceber que, com elas, consegue o que quer, não sumirão do dia para a noite. Por isso, é importante que a família comunique de forma clara e firme que, com essa atitude, nada se resolverá. Faça isso de um jeito acolhedor, abaixando-se na altura da criança para conversar. Não existe “receita” para acabar com isso. Cada criança é única e cada família funciona de uma forma. Mas tenha sempre em mente que ceder aos pedidos das crianças em meio às birras só piora a situação. Saber dizer não é uma forma de ensinar e proteger o seu filho.
Josiane Andreghetti, psicóloga especializada no atendimento de crianças e adolescentes (SP)

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