• Fernanda Montano
Atualizado em
Criança segura grade (Foto: Getty Images)

Criança segura grade (Foto: Getty Images)

Cair do berço, queimar a mão na panela quente, prender o dedo na porta, escorregar na hora do banho, quebrar o braço pulando no sofá da sala. Se o seu filho ainda não passou por nada disso, você deve conhecer alguém que tenha uma história dessas para contar – ou até piores... Afinal, criança não para, quer descobrir o mundo e não tem noção do perigo. Porém, muitos casos de acidentes domésticos acabam tendo finais não tão felizes e, por isso, é nosso papel como pais, avós, tios ou cuidadores tomar medidas preventivas e ensinar as crianças, de acordo com a idade, o que pode não ser seguro para elas. “A criança tem o olhar da exploração, do lúdico. É o adulto que deve ter o olhar da segurança”, afirma Vanessa Machado, gerente de comunicação da ONG Criança Segura.

Acidentes são a principal causa de morte de crianças e adolescentes no mundo todo. Segundo o estudo americano The Global Burden of Disease, um dos maiores relatórios sobre doenças já realizados até hoje, acidentes e riscos à saúde mundial, mais de 2 milhões de crianças e jovens de até 19 anos morreram por acidentes em 2017. No Brasil, os números também são expressivos: de acordo com dados do Ministério da Saúde, todos os anos, cerca de 3,8 mil meninos e meninas entre 1 e 14 anos morrem e outros 117 mil são internados em estado grave por causa de acidentes. E muitos deles acontecem dentro de casa...

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CARDÁPIO DO PERIGO

Um estudo feito com informações de 66 prontos-socorros de hospitais norte-americanos apontou que as principais causas de acidentes com lesões cerebrais traumáticas não fatais em crianças e jovens de até 19 anos são pisos irregulares, camas e jogos de futebol americano. No Brasil, os dados mais recentes do Ministério da Saúde apontam que os campeões de internação em 2018 foram quedas e queimaduras. Já os óbitos, em 2017, foram causados, principalmente, por afogamento e sufocação.

Apesar de essas estatísticas serem de tirar o nosso sono, vale lembrar que, segundo a ONG Criança Segura, 90% dessas ocorrências podem ser evitadas com medidas simples de prevenção. E não tem mistério: ninguém melhor do que você, ou quem está todos os dias com o seu filho, para saber o que mais o atrai no dia a dia e pode oferecer risco.

Por exemplo: se ele adora escalar tudo o que vê pela frente, é bom fixar os móveis na parede e colocar travas nas gavetas, por exemplo. Já se ele curte brincar sozinho, é fundamental que tenha acesso a brinquedos somente para sua faixa etária e que você faça uma inspeção frequente para ver se há peças soltas ou quebradas.

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FORA DA BOLHA

Agora, lembre-se de que ter atenção é bem diferente de ser neurótico. “Correr riscos controlados é inerente ao desenvolvimento infantil, é assim que a criança aprende os seus limites. Se você controla demais, impede o pequeno de subir em árvore, pular, se arriscar, como ele vai se tornar um adulto corajoso, autônomo e resiliente?”, provoca Vanessa Machado.

A seguir, veja as principais ameaças à segurança e saúde do seu filho, de acordo com a faixa etária, e como evitar que os acidentes aconteçam.

Crianças de 0 a 1 ano

Crianças de 1 a 3 anos

Crianças de 3 a 5 anos

Crianças de 5 a 8 anos

PRIMEIRAS PROVIDÊNCIAS

Quando nem a prevenção evita e o acidente acontece, antes de mais nada é preciso ter calma. Veja o que fazer com o seu filho em duas situações corriqueiras:

Ele bateu a cabeça
Às vezes pode ser um tombo bobo, mas, se a criança bate essa parte do corpo, já entramos em desespero. Tente manter a tranquilidade e ligue para o pediatra. Relate com detalhes o que ocorreu e como seu filho está. Normalmente, se ele está bem, dá para monitorar e observar seu comportamento pelas próximas 18 horas, mantendo uma rotina normal. “A crença de não deixar dormir acontece porque, se há hematoma dentro da cabeça, a criança pode entrar em coma. Mas não tem problema, se ela não vomitou ou perdeu a consciência, vá apenas observando se a respiração está normal durante o sono”, diz a pediatra Débora Passos, da Pro Matre (SP). No entanto, se ela desmaiar, vomitar uma ou mais vezes, ficar desorientada, mole e sem pique ou, ainda, muito irritada após 15 minutos da queda, leve-a logo ao hospital.

Ele está sangrando
No caso de sangramento, lave o local, coloque gelo e comprima delicadamente. Então, leve o pequeno ao hospital para verificar se precisa de sutura. Se perceber logo no início que o sangramento é intenso e difícil de estancar, vá para o pronto-socorro.

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