• Sabrina Ongaratto, do Home Office
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mother holding child's hand who have IV solution in the hospital (Foto: Getty Images/iStockphoto)

mother holding child's hand who have IV solution in the hospital (Foto: Getty Images/iStockphoto)

Na tarde do último domingo (26), duas meninas de 6 e 9 anos sofreram graves queimaduras. Segundo informações do Corpo de Bombeiros de Santa Catarina, elas tiveram contato com álcool gel e, logo depois, com fogo. As duas moram em uma casa do bairro Vila Zuleima, em Criciúma, no sul no estado. 

Quando chegaram à casa, os bombeiros encontraram as duas embaixo do chuveiro, conscientes e com sinais estáveis. A de 9 anos teve queimaduras de segundo grau em 40% do corpo: no rosto, peito e no braço esquerdo. Já a de 6 anos teve 30% do corpo queimado com ferimentos no rosto e peito. Não foi confirmado se as duas são irmãs, apesar de terem o mesmo sobrenome. 

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CUIDADOS COM ÁLCOOL EM CASA

O álcool tem sido um grande aliado no combate à pandemia de coronavírus. No entanto, com o aumento do uso em casa, é preciso estar atento para evitar acidentes domésticos, principalmente envolvendo as crianças. A versão líquida, que estava proibida desde 2002, foi liberada por 90 dias para auxiliar na esterilização dos ambientes. Mas a versão em gel, que costuma ser usada para a higienização das mãos, apesar de parecer "inofensiva", também apresenta riscos. "Em caso de contato com fogo, o tipo em gel não causa uma explosão, como seria na versão líquida, mas queima da mesma forma. Além disso, o álcool em gel leva mais tempo para evaporar", esclarece o Corpo de Bombeiros, através da assessoria de imprensa. 

"É preciso ter cuidado ao utilizar as duas versões, principalmente em ambientes fechados. A recomendação é que se utilize apenas a quantidade necessária para higienizar as mãos ou superfícies, com os ambientes ventilados. Também para evitar as queimaduras, a indicação é que jamais se utilizem fósforos e isqueiros logo após a aplicação de álcool nas mãos ou superfícies. Nunca se deve derramar álcool sobre o fogo, pois a chama pode seguir o caminho do álcool e chegar até as suas mãos", afirma.

Segundo a cirurgiã plástica Tatiana Moura, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), uma boa prática para evitar acidentes é fazer a limpeza das mãos com água e detergente em casa, principalmente quando estiver na cozinha. "Já para limpar o ambiente, prefira produtos desengordurantes específicos para a higienização do local”, orienta. Ou seja, deixe o álcool em gel apenas para quando estiver fora de casa.

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EM CASO DE ACIDENTE

Em casos de queimaduras graves, a orientação é entrar em contato imediatamente com o Corpo de Bombeiros pelo telefone 193, e explicar – com calma – o que aconteceu. "Enquanto a ambulância se desloca para o local, coloque a parte queimada em água corrente em temperatura ambiente. Jamais utilize substâncias caseiras, como borra de café ou pasta de dentes, pois pode agravar a situação. Também não aplique pomadas ou medicamentos sem a orientação médica", diz.

Em relação as bolhas, a cirurgiã explica que as pequenas e flácidas podem ser estouradas e limpas em casa com auxílio de gaze e sabonete líquido neutro. "Basta fazer um limpeza embaixo da água com movimentos circulares que a pele desvitalizada da bolha se rompe e, dessa forma, a ferida ficará limpa propiciando uma cicatrização mais rápida. Após  limpeza é necessário cobrir a ferida, pois quando está fechada, não causa dor", explica.

Já o tratamento, segundo ela, é feito de acordo com a profundidade e extensão da queimadura. "Os casos mais simples podem ser tratados apenas com troca de curativos e pomadas. Casos mais graves podem necessitar de cirurgias com enxertos. Nesse caso, usamos fatias finas de pele saudável do paciente que são transferidas para a área acometida ou retalhos, transferência de pele e tecido irrigado por artérias para a área acometida. Existem várias técnicas que devem ser particularizadas para cada caso de queimadura”, finaliza.

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