• Crescer online, do home office
Atualizado em
Kate e os dois filhos tiveram sintomas de coronavírus (Foto: Reprodução/Facebook/Kate Mansey)

Kate e os dois filhos tiveram sintomas de coronavírus (Foto: Reprodução/Facebook/Kate Mansey)

A jornalista britânica Kate Mansey publicou no Daily Mail, neste sábado (2), um relato pessoal de como encarou semanas de sintomas que descreveu como “nada leves” em seus filhos. Foram dias de febre, tosse, vômitos e até um episódio de desmaio da filha caçula, de 20 meses. Depois, ela mesma apresentou sintomas semelhantes e precisou ficar de cama. Ninguém na família chegou a ser testado para o diagnóstico de Covid-19, mas médicos consultados pela família reforçam a hipótese de contágio pelo novo coronavírus.

“Eles agora estão completamente melhores, graças a Deus. Mas a maior preocupação é que outros pais sejam levados a uma falsa sensação de segurança e acreditem, como eu, que o coronavírus não é um grande problema para as crianças. O medo é que alguns não busquem ajuda quando necessário”, diz a jornalista.

Até algumas semanas atrás, dados de todo o mundo apontavam para baixos índices de contágio por coronavírus entre as crianças, e entre os casos confirmados da doença, os sintomas costumavam ser leves. Recentemente, porém, o Sistema de Saúde do Reino Unido (NHS, sigla em inglês) reportou um aumento de crianças no país com inflamação multissistêmica, problemas gastrointestinais e inflamação cardíaca. Os sintomas levaram médicos a alertar sobre a possível ligação da Covid-19 com a síndrome de Kawasaki.

A hipóteses é que, em casos muito raros, a Covid-19 possa causar uma reação exagerada no sistema imunológico de uma criança enquanto ela luta para combater o vírus. Isso pode levar a uma inflamação geral dos vasos sanguíneos semelhante à doença de Kawasaki, uma condição rara que geralmente afeta os menores de 5 anos, e que pode causar danos aos órgãos.
“Quando, na semana passada, os líderes do NHS emitiram um alerta nacional urgente aos médicos alertando para uma "síndrome relacionada ao coronavírus" mais grave em crianças, comecei a me perguntar: será que é isso?”, lembra Kate.

Sintomas ‘nada leves’

Kate começou a se preocupar quando, depois de uma queda, a sua filha caçula Ivy, de 20 meses, desmaiou. “Foram 30 segundos em que devo ter envelhecido 10 anos. Eu e meu marido pensamos que nossa filha estava morta”, conta. Ivy recuperou a consciência poucos minutos depois, ofegante, e foi levada ao hospital. Lá, ficou em observação por três horas e foi liberada. No dia seguinte, porém, a menina começou a ter febre e tosse. “Desejei ter pedido que tivessem feito o teste para Covid-19”.

Pouco tempo antes do desmaio de Ivy, o filho mais velho de Kate, de cinco anos, também ficou doente, com sintomas que ela descreve como “nada leves”. “Ted acordou no meio da noite dizendo que "não estava bem". Ele começou a tossir no dia anterior, então, com o coronavírus em minha mente, verifiquei sua temperatura. Era normal. Em 20 minutos, porém, sua temperatura disparou para 40°C . Ele tremia violentamente e eu murmurei ao meu marido: 'Deve ser ‘isso’". Ted vomitou várias vezes, mas em 24 horas parecia ter voltado ao normal. Quase duas semanas depois, porém, voltou a passar mal e dessa vez sua febre durou sete dias e noites, e a tosse voltou com vigor.

“Ele reclamava de uma dor aguda e persistente na axila e na barriga. Tinha diarréia, mal comia e adormecia sentado em cadeiras. Sua respiração estava difícil e eu entrava em seu quarto a cada hora durante a noite para checá-lo.”

Kate consultou alguns médicos por telefone e videochamada, e a opinião deles era de que se tratava de coronavírus. “Eles disseram que, se a respiração dele piorasse, eu deveria ligar de novo ou, se eu estivesse realmente preocupada, ir ao hospital.”

Uma semana depois, segundo conta a jornalista, ele melhorou. Em poucos dias, porém, ela também teve tosse e dores no peito. “Era uma sensação aterrorizante. Parecia que eu ia me afogar apesar de estar em terra firme.”

Nem Kate nem os filhos chegaram a fazer o teste para confirmar a Covid-19, mas os médicos consultados pela família acreditam que eles tenham sido contaminados com a doença.