• Sabrina Ongaratto, do Home Office
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saúde; remédio  (Foto: Thinkstock)

saúde; remédio (Foto: Thinkstock)

Em meio à pandemia do novo coronavírus, muitas pessoas deixaram de casa, até mesmo para buscar atendimento médico. Os pais estão com medo de levar os filhos ao pediatra e a hospitais por conta do risco de infecção. "Pavor de sair de casa para ir para a emergência", diz Raquel Martins, mãe de dois meninos. CRESCER perguntou para as mães nas redes sociais: "Você automedicou seu filho para não levá-lo ao médico durante a pandemia?"

Das 137 pessoas que participaram, 70% admitiram que sim, medicaram seus filhos por conta própria. "Sim. Tosse à noite, parecia alérgica, dei antialérgico", escreveu uma mãe. "Sim. Minha filha sofreu o primeiro acidente doméstico. Cortou o rosto. Acho que tinha que ter dado um ponto, mas fiquei com receio de ir ao hospital. Fizemos curativo, comprei remédios e estamos cuidando para não ficar cicatriz", disse outra. "Sim, xarope fitoterápico, mel e inalação só com soro fisiológico para tosse", comentou uma. "Eu sim. Tive medo de levá-la na emergência", admitiu mais uma.

Por outro lado, algumas disseram que estão recorrendo à tecnologia. "A pediatra da minha filha receitou pelo WhatsApp. Eu mandei um áudio da tosse dela e agora passou", explicou uma. "Se acontecer algo, ligarei para a pediatra para saber como medicar. Não quero agir de forma errada pois posso dar algum remédio que depois a prejudique de outra maneira", alertou outra.

MEDICAR OU PROCURAR UM MÉDICO?

De fato, medicar as crianças por conta própria pode ser um grande risco. Segundo o pediatra Nelson Douglas Ejzenbaum, membro da Academia Americana de Pediatria, medicamentos para febre e vômito, podem, sim, ser administrados em casa, mas apenas com a prescrição correta. "A dosagem correta e a forma de administração devem ser repassadas previamente pelo pediatra. No entanto, outros medicamentos, como antialérgicos e até homeopáticos, que parecem inofensivos, não devem ser usados sem indicação, pois podem ocasionar uma série de efeitos colaterais", alerta. Entre essas consequências estão tremores, reações alérgicas, intoxicação e até o agravamento da doença. No caso de uma combinação inadequada de medicamentos, um remédio ainda pode ter o efeito anulado ou até potencializado.

Portanto, o indicado é sempre buscar atendimento médico. "Primeiro, entre em contato com o pediatra da criança. Muitos continuam atendendo. Nesse momento, as consultas devem ser espaçadas para não gerar aglomeração de pessoas na sala de espera. Todos devem fazer uso de máscaras, luvas e o espaço deve ser constantemente higienizado. Caso o pediatra não esteja atendendo, não tem jeito, os pais devem levar as crianças ao pronto-socorro", afirma.

Para quem está com receio de sair de casa, o pediatra afirma que é possível fazer uso das tecnologias, mas alerta: "Nem sempre as crianças conseguem falar tudo o que sentem. Então, examiná-la pessoalmente pode ser determinante para chegar ao diagnóstico correto". O especialista afirma que quando a febre persistir e o estado geral da criança estiver abalado, é recomendado buscar atendimento médico presencial.

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Segundo o pediatra, no caso de recém-nascidos e bebês de até um ano de idade, que necessitam de acompanhamento constante como medição de peso e mudança de dietas, é importante dar continuidade às consultas. "Já para o restante das crianças, o mais indicado é que os pais entrem em contato com o pediatra para que ele possa avaliar e determinar o que é mais indicado para cada caso", finaliza.

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