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Jovens e crianças são impactados com o fechamento das escolas (Foto: Getty Images)

Jovens e crianças são impactados com o fechamento das escolas (Foto: Getty Images)

O coronavírus mudou a rotina de muitas famílias. Em todo mundo, escolas estão fechando e os pais estão diminuindo sua circulação para conter a propagação do vírus. Com esse cenário caótico, as crianças podem ser muito impactadas, principalmente em relação a sua saúde mental. Por isso, o Unicef, Fundo das Nações Unidas para a Infância, junto com seus parceiros da Aliança para a Proteção da Criança em Ação Humanitária, divulgou um conjunto de orientações para que as autoridades e organizações garantam a segurança e bem-estar das crianças. 

“As escolas estão fechando. Pais e mães estão lutando para cuidar de suas crianças e manter o equilíbrio financeiro. Os riscos relacionados à proteção para crianças estão aumentando. Esta orientação fornece aos governos e autoridades de proteção um esboço de medidas práticas que podem ser tomadas para manter as crianças seguras durante este período de incerteza”, diz a instituição em nota. A entidade ainda alerta que nesse momento de crise as crianças estão mais suscetíveis a sofrerem maus-tratos, violência de gênero, exploração, exclusão social e separação de cuidadores — por causa de ações tomadas para conter a propagação da pandemia. 

De acordo com o Unicef, evidências recentes da China, por exemplo, apontam para um aumento significativo nos casos de violência doméstica contra mulheres e meninas. “De várias maneiras, a doença está agora atingindo crianças e famílias que não estão infectadas diretamente”, disse Cornelius Williams.

O Unicef ainda alerta que essa não é a primeira vez que as crianças sofrem devido a emergências de saúde. O fechamento das escolas durante o surto da doença pelo vírus ebola na África Ocidental de 2014 a 2016, por exemplo, contribuiu para picos de trabalho infantil, negligência, abuso sexual e gravidez na adolescência. Em Serra Leoa, os casos de gravidez na adolescência chegaram a 14 mil, mais do que o dobro de antes do surto.

MEDIDAS 

Treinar a equipe de saúde, educação e serviços para crianças sobre os riscos à proteção infantil relacionados à Covid-19, inclusive sobre prevenção de exploração e abuso sexual e como relatar preocupações com segurança. 

Treinar os socorristas sobre como gerenciar a divulgação de violência baseada no gênero e colaborar com os serviços de saúde para apoiar sobreviventes desse tipo de violência. 

Aumentar o compartilhamento de informações sobre serviços de referência e outros serviços de apoio disponíveis para crianças.

Engajar meninas e meninos, principalmente adolescentes, na avaliação de como a Covid-19 os afeta de maneira diferente. 

Fornecer apoio direcionado a centros de cuidados provisórios e famílias, incluindo famílias chefiadas por crianças/adolescentes e famílias substitutas, para apoiar emocionalmente meninas e meninos e engajá-los no autocuidado apropriado.

Prestar assistência financeira e material às famílias cujas oportunidades de geração de renda foram afetadas.

Implementar medidas concretas para impedir a separação da criança de sua família e garantir apoio a crianças deixadas sozinhas, sem os cuidados adequados, devido à hospitalização ou morte de um dos pais ou cuidador. 

Garantir que a proteção de todas as crianças seja levada em consideração nas medidas de controle de doenças.

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